quinta-feira, 16 de abril de 2009
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Quanto maior o nível de educação menor o de pobreza, diz estudo
16.04.2009, Ana Cristina Pereira
Em 2005/2006, "cerca de 40 por cento dos indivíduos com mais de 14 anos e sem qualquer percurso escolar eram pobres". Três por cento tinham o ensino superior
Desengane-se quem julga que estudar de nada serve. "Existem elevados retornos da educação no mercado de trabalho em Portugal", concluiu Nuno Alves, do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, no estudo "Novos factos sobre a pobreza em Portugal".
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"A taxa de pobreza diminui consistentemente à medida que aumenta o número de anos de escolaridade completa", nota. Os números são claros: em 2005/06, "cerca de 40 por cento dos indivíduos com mais de 14 anos e sem qualquer percurso escolar eram pobres". No mesmo período, a pobreza afectava "apenas três por cento dos indivíduos com um curso superior".
As famílias com mais níveis de instrução "apresentam em média maiores rendimentos no mercado de trabalho, maiores rendimentos monetários totais e maiores níveis de despesa total". E este "padrão ocorre em todo o ciclo de vida dos agregados familiares", com um valor máximo a ocorrer entre os 45 e os 64 anos.
O casamento também conta, claro. Os cônjuges tendem a ter um percurso escolar análogo, "o que contribui para ampliar os retornos da educação ao nível do agregado familiar". E "o nível de salários ao longo ou no final da vida activa dos indivíduos traduz-se directamente no nível de pensões ao longo da idade da reforma", lembra.
Nuno Alves realça também o que cada um oferece aos filhos. "Existe uma significativa transmissão intergeracional da educação em Portugal". E isso, avisa, concorre para a "transmissão intergeracional da pobreza".
Conclusão: "No futuro próximo, a entrada na idade activa de indivíduos com um nível de educação superior à média da população - e que apresentam um risco de pobreza inferior ao das gerações mais idosas - deverá contribuir para diminuir a taxa de pobreza em Portugal".
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