quinta-feira, 31 de julho de 2008
Anabela, no "pós-P.R.E.C"
Nota - A mão é da AM aos onze/doze anos, mas as unhas são do Pai-Anabela... ali pros lados da curva dos bombeiros..!!
(que a menina não era de chegar atrasada à escolinha!!!)
Mais memória
A memória do Kursk
Foi uma das piores crises políticas desde que Vladimir Putin está no poder. A 12 de Agosto de 2000, um submarino nuclear, moderno e de grandes dimensões, sofreu uma explosão no mar de Barents. Foi o início de uma tragédia que provocou a morte de 118 membros da tripulação. A explosão empurrou a embarcação para o fundo do mar de Barents, na zona ártica, mas o acidente não provocou a morte imediata de todos os marinheiros a bordo. Uma pequena parte da tripulação sobreviveu, mas para morrer, dias depois sufocada e em completa escuridão. A opinião pública russa e internacional entrou em choque às primeiras notícias de um submarino retido em águas profundas com mais de cem homens a bordo. Mas sobretudo a forma como as autoridades russas geriram o caso do Kursk foi desastrosa. Apesar da tragédia, o Presidente Putin não interrompeu as suas férias, mantendo-se em silêncio. Os responsáveis da marinha russa tardaram em admitir a verdadeira dimensão do acidente, divulgando informações falsas durante todo o processo. E, apesar da falta de recursos de salvamento, a Rússia recusou-se a pedir ajuda internacional.
Dedicatória ao LÁZARO!(onde estarão as similitudes?)
Francisco Lázaro (1888-1912) é, porventura, a maior lenda do desporto português.
Estocolmo 1912, era a primeira participação portuguesa nos Jogos Olímpicos e, simultaneamente, o culminar de um processo iniciado por Dom Carlos Rei de Portugal, que segundo conta a tradição, a pedido de Pierre de Coubertin, indicou o Dr. António Lencastre médico da Casa Real como Encarregado de Negócios do Comité Olímpico Internacional (COI) em Portugal. O que é facto, é que esta nomeação foi aceite por António Lencastre e por ele formalizada por carta de 9 de Junho de 1906, dirigida a Pierre de Coubertin. Esta é, na realidade, a data da institucionalização do Olimpismo em Portugal e aquela que em respeito pela verdade histórica devia ser comemorada pelo Comité Olímpico de Portugal.
Francisco Lázaro, carpinteiro de uma fábrica de carroçarias de automóveis na Travessa dos Fiéis de Deus no Bairro Alto em Lisboa, foi o porta-estandarte aos Jogos da V Olimpíada da era moderna.
A partida para a Maratona foi dada às onze e meia da manhã debaixo de um calor sufocante. Trinta e dois graus à sombra.
Até desfalecer Lázaro correu sempre no grupo da frente. Reza a história que antes da partida Lázaro afirmou solenemente “Ou ganho ou morro”. E assim se cumpriu o destino.
Anos mais tarde, Armando Cortesão colega de Lázaro na fatídica participação olímpica de 1912, explicou o drama (Correia, Romeu, 1988): "O Lázaro morreu por dois motivos: primeiro, porque se untou com sebo. Fui eu e o Fernando Correia, quando ele não aparecia à partida na maratona, que o procurámos no balneário e o encontrámos a besuntar-se com sebo. Não faço a menor ideia como Lázaro conseguiu arranjá-lo. Eu e o Fernando Correia ainda tentámos que ele tomasse banho, mas não havia tempo. E ele lá foi correr a maratona todo besuntado com sebo, com os poros da pele tapados, o que impedia a transpiração cutânea nessa parte do corpo... E outra coisa: só ele e um japonês é que foram de cabeça descoberta àquele sol…”
Francisco Lázaro com o seu procedimento entrou em desequilíbrio hidro-electrolítico irreversível e, em consequência em colapso. Acreditamos que assim tenha sido, mas não só.
Ao tempo o problema da “emborcação” tudo indica era muito comum entre os atletas não só do pedestrianismo como do ciclismo. Por isso aquela não tinha sido certamente a primeira vez que Lázaro se untava com aquele tipo de emborcação. Este tipo de substâncias fazia parte da cultura do tempo pelo que não pode ser vista aos olhos dos nossos dias. No “Tiro e sport” de 15 de Setembro de 1910, num artigo encomendado pelo próprio director do jornal, intitulado "A Emborcação no Treino" A. Malheiro escrevia:
“Devemos partir do principio de que é com a Emborcação que vamos assegurar a elasticidade e perfeita maleabilidade dos musculos de que se exigem os esforços mais effectivos, tornando-os insensiveis á dôr e á fadiga, e evitar quanto possível as caimbras que têm sido e serão sempre o inimygo irreductivel de todos aquelles que se dedicam ao sport.”
E a receita de A. Malheiro até era divulgada na mesma edição, para quem a quisesse preparar:
* Claras d'ovos – 4;
* Gemma d'ovo – 1;
* Agua distillada – 450 grs;
* Essencia de terebinthina rectificada – 700 grs;
* Acido acético – 700 grs.
Contudo, o verdadeiro problema de Lázaro não se deve ter ficado pela essência de terebintina e o ácido acético. Ao tempo, a emborcação ia bem mais longe. De facto, a comunicação social informou que Lázaro abusava da estricnina. E a este respeito, A. Malheiro no "Tiro e Sport" desiludia os ingénuos: “Não se julgue que é só com as applicações da Emborcação que se obtem a energia precisa, para se operarem esforços violentos. É um engano.”
.
E continuava: “… todos aquelles que se dedicam ao sport e que precisam de dispender na sua pratica uma grande somma de forças, devem tonificar o systema nervoso e para isso nada mais proprio do que o uso da Kola (sterculia acuminata). Zimmermann. Jacquelin e outros, e entre nós José Bento Pessoa, reconheceram nos seus tempos aureos, os grandes beneficios do uso da Kola e a ella deveram uma grande parte das victorias, que os tornaram celebres no mundo sportivo.”
Queixa Electrónica :MAI?MAE?ÓH MÁAA-NHEEE??
O corpo está sempre mais além do corpo...
pq não...?
PIMMMMMMM.....
Juíza chama "marginais" e "traiçoeiros" a ciganos
Sentença de Felgueiras provoca polémica por adjectivos contra arguidos que agrediram GNR
00h30m
NUNO MIGUEL MAIA
Uma juíza de Felgueiras condenou cinco indivíduos de etnia cigana por agressões contra militares da GNR referindo recentes episódios na Quinta da Moura e Abrantes contra polícias como argumentos para elevar as penas.
"Finalmente, à excepção do arguido Paulo J. , são pessoas malvistas, socialmente marginais, traiçoeiras, integralmente subsidio-dependentes de um Estado (ao nível do RSI, da habitação social e dos subsídios às extensas proles) e a quem 'pagam' desobedecendo e atentando contra a integridade física e moral dos seus agentes e obstaculizando às suas acções em prol da ordem, sossego e tranquilidade públicas".
A frase é da autoria da magistrada Ana Gabriela Freitas e é das mais fortes de uma sentença em que cinco homens foram condenados por, em 7 de Janeiro de 2006, terem agredido vários militares da GNR que pretendiam pôr termo a uma "festa" com tiros num bairro social daquela cidade, por incomodar os restantes habitantes.
Um foi condenado a 18 meses de prisão efectiva, dois a 12 meses, por crimes de resistência e coacção sobre funcionário. Os dois restantes, foram punidos com pena de multa, por não terem antecedentes criminais.
Na decisão, que não foi lida perante os arguidos, dispensados de ir à última sessão, a titular do 2.º juízo do Tribunal de Felgueiras cita ainda frases fortes proferidas pelos soldados da GNR como testemunhas para sustentar os factos provados, além de frases dos relatórios sociais dos arguidos, que dão conta dos valores recebidos do "rendimento social de inserção". Entre outras expressões, os arguidos são descritos como "clientes habituais" da GNR, cujos elementos chamavam ao bairro "Cova da Moura cigana".
Gabriela Freitas - conhecida por ter sido a juíza que recebeu Fátima Felgueiras em 2005, quando esta regressou do Brasil, tendo aplicado apenas a medida de coacção de proibição de ausência para o estrangeiro, considerando "aparente" a "fuga" - provocou várias reacções. Um dos arguidos, soube o JN, pondera apresentar queixa-crime e participação disciplinar contra a juíza.
Além de recorrer, o advogado Pedro Carvalho diz que "há desnecessidade" nos comentários. "Não podemos esquecer que os arguidos, mesmo condenados, têm direito à honra e bom nome".
O Alto-Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural pondera queixar-se da juíza do Tribunal de Felgueiras ao Conselho Superior da Magistratura. À agência Lusa, Rosário Farmhouse escusou-se a comentar a sentença, mas disse que considerações "genéricas" sobre a comunidade cigana têm um "teor xenófobo".
"Estou perplexa como é que numa sentença se fazem acusações tão genéricas relativas a uma comunidade, tomando a parte pelo todo", disse, no que foi acompanhada pelo presidente da Federação das Associações Ciganas de Portugal, Bruno Rodrigues.
Já depois de ter lido a decisão, Vítor Marques, fundador da União Romani e professor universitário, classificou como "discurso lamentável quer dos militares da GNR, quer da juíza". "Vamos endereçar pedidos de explicações aos ministros da Justiça e da Administração Interna e endereçar cartas ao Provedor de Justiça, ao primeiro-ministro e ao Presidente da República". "O Tribunal não tem o direito de ter este discurso. Tem de ser imparcial e não pode utilizar linguagem destrutiva. Isto independentemente dos actos cometidos pelos arguidos. Ninguém está acima da lei e qualquer agente da autoridade tem de ser respeitado. Mas são planos diferentes. O tribunal deve julgar atitudes, não pode julgar valores", argumentou, ao JN, acentuando que a comparação com os incidentes na Quinta da Fonte, Lisboa, "é um juízo prévio" sobre o sucedido.
Contactado ontem pelo JN, António Martins, presidente da Associação Sindical dos Juízes, não quis comentar a polémica, mas explicou que pondera emitir, hoje, um comunicado sobre o assunto.
PUMMMMMMMM
Se não estás satisfeito com a vida, podes sair da terra e continuar vivo...
É o que faz Cosimo, o protagonista deste romance de Calvino. Filho de uma rica família nobre, herdeiro de um título e de uma pequena fortuna, Cosimo aos doze anos, depois de uma pequena zanga em casa, refugia-se no cimo de uma árvore do jardim. Aí permanece um dia, uma noite, uma semana, um ano... e todo o resto da sua vida. Nunca mais voltará a pôr o pé em terra. De galho em galho, Cosimo vai sobreviver, conseguindo alimento, satisfazer todas as suas necessidades vitais, e até reunir uma bibioteca, cultivar-se, pensar, escrever... E é no cimo das árvores que se apaixona, que vive o seu amor, que luta contra bandos de ladrões e salteadores, que ajuda os seus conterrâneos, que participa nas lutas e na vida das aldeias vizinhas.
Do alto dos ramos, Cosimo vê um mundo diferente, encontra uma forma de viver sem se envolver nas teias mesquinhas da sociedade dos homens. E acabará por morrer, depois de dezenas de anos nesta vida, no cimo de uma árvore.
Nem mesmo a morte o fará pôr o pé em terra. Uma rajada de vento forte, uma tempestade levarão o seu corpo pelos ares até às águas do mar.
O livro de Calvino é uma espécie de utopia: a rejeição dos males desta sociedade estreita e mesquinha e a fuga para uma vida ideal, fora dos confins criados pelas relações humanas...
Sniff! fniff! chift!
. Absinto
. Artemisia
. Agrimónia
. Aipo
. Ajuga
. Alcachofra-dos-telhados
. Alecrim
. Alfazema-de-flor-branca
. Alfazema-de-folha-recortada
. Aquilégia
. Arméria
. Arméria de-flor-branca
. Arruda
. Azevinho
. Betónica
. Borragem
. Cardo-marítimo
. Cardo-penteador
. Carvalhinha
. Cavalinha
. Cebolinho
. Coentros
. Erva-cidreira
. Erva-das-azeitonas
. Erva-do-caril
. Erva-peixeira
. Festuca-verde
. Fidalguinhos
. Funcho-marítimo
. Galega
. Hera-terrestre
. Hipericão
. Hipericão-do-Gerês
. Hortelã-de-cabra
. Hortelã-mourisca
. Hortelã-vulgar
. Loureiro
. Macela-camomila
. Marióilas
. Matricária
. Melissa-bastarda
. Milfólio
. Morangueiro-bravo
. Murta
. Nêveda-dos-gatos
. Orégão-vulgar
. Pepino-de-São-Gregório
. Pervinca
. Poêjo
. Primaveras
. Rosmaninho-maior
. Saganho-mouro
. Salsa
. Santolina sp.
. Saponária
. Sargaço-branco
. Selo-de-Salomão
. Silva-macha
. Teixo
. Tomilho
. Tomilho bela-luz
. Tomilho-cabeçudo
. Tomilho-canforado
. Tomilho-poêjo
. Tomilho-serpão
. Tormentelo
. Ulmária
. Violeta-de-cheiro
(caso queiram, tenho tb os nomes eruditos)
. Artemisia
. Agrimónia
. Aipo
. Ajuga
. Alcachofra-dos-telhados
. Alecrim
. Alfazema-de-flor-branca
. Alfazema-de-folha-recortada
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(caso queiram, tenho tb os nomes eruditos)
ideas /para além das aromáticas
* Nenhuma vivência passada condiciona de modo absoluto o presente.
* Os sacrifícios de hoje não proporcionam a felicidade de amanhã, apenas decepções. As hipóteses de estarmos bem dispostos amanhã aumentam se a boa-disposição existir já hoje.
* É provável que haja mais pessoas à minha volta atormentadas com dúvidas idênticas às minhas. Pode bem acontecer que venha de uma pessoa que eu tenha classificado como inimigo.
* Se agi movido pela força de um exemplo de vida alheio, não poderei assacar-lhe a responsabilidade dos meus actos.
* O meu sofrimento não é função de opções de outrem, mas das minhas.
* Se a disposição de hoje não é absolutamente subordinável à de ontem e menos ainda à de amanhã, então é um valor primitivo, um puro acto de invenção.
* A minha boa disposição não é mais que a resultante geométrica da boa disposição dos que me rodeiam.
* Há três esferas de afectividade principais, sendo a mais próxima a família e a mais distante a nação (a intermédia pode ser o clube, uma associação, o local de trabalho, etc, e satisfaz as minhas necessidades gentílicas).
A regra de ouro: quanto mais pequeno o raio da esfera de afectos, maior a sua importância e também a sua complexidade.
* Aprendemos mais com os erros que com os sucessos.
* As consequências dos actos devem ter um prazo de validade (não há estigmas nem recompensas vitalícios).
* A crítica é para ser usada de modo comedido e ajustado.
* A liberdade tem a exacta medida da responsabilidade.
* Os meus pensamentos são função estrita das minhas vivências; não tenho o direito de supôr que vivências alheias devam produzir pensamentos semelhantes.
* Melhorar uma situação é sempre possível, mas é muito difícil conhecer bem todas as suas condicionantes.
* A vida é intrinsecamente frágil, complexa e efémera; fortes, grosseiramente simples e quase eternos são os canhões...e os paralelos da rua.
* Descobrir a beleza da vida não vem de brinde; é preciso (procurá-la)encontrá-la.
* Repetir uma afirmação anteriormente feita enfraquece-a.
* Adivinhar é pecado - este ditado brasileiro tem sido demasiadas vezes esquecido.
junte-se ao movimentoTO-MILHO
Tomilho
Planta da zona mediterrânica muito utilizada nas receitas de aves e caça e na preparação de molhos, é ideal para substituir o sal em excesso que tantas vezes consumimos.
Esta erva aromática que nos habituámos a associar à pizza, possui propriedades insuspeitas. Diz-se que a sua infusão, tal como a da salsa, quando passada pelo cabelo e deixada a repousar durante 15 minutos, fortalece a raiz e diminui a queda do cabelo.
O tomilho era ainda muito apreciado como estimulante do apetite sexual.
Os lençóis da cama dos amantes deveriam ser enxaguados com água misturada com chá bem forte de tomilho!
Sabe quantas variedades de tomilho existem em Portugal? E já imaginou sentir todos esses aromas na sua cozinha? Ter a sua varanda decorada com alecrim, hortelã e alfazema?
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Fiscais dos submarinos com subsídios cortados (DN de hoje)
Portaria dos ministérios das Finanças, Negócios Estrangeiros e Defesa reduziu significativamente as condições salariais com que militares da Armada iniciaram, em 2004, a prolongada missão de acompanhar e fiscalizar o programa de construção dos dois novos submarinos
Valor do programa é superior a mil milhões de euros
Os militares destacados na Alemanha para acompanhar o programa de construção dos novos submarinos, que já conseguiram poupar "alguns milhões de euros" aos cofres do Estado, acabam de ver o seu estatuto remuneratório alterado a meio da missão.
Fontes militares disseram ao DN que a portaria governamental publicada no passado dia 01 deste mês, produzindo efeitos a partir dessa mesma data, alterou as regras a meio do jogo - os membros da missão passam a receber "ajudas de custo", de valor significativamente inferior ao montante que recebiam, o que está, asseguraram as fontes, a criar um sentimento de injustiça e de falta de reconhecimento em relação ao esforço e aos resultados desse trabalho (por passarem a receber menos que militares destacados em embaixadas no exterior e que fazem trabalhos de secretaria com responsabilidades reduzidas).
A chamada missão de construção dos submarinos (MCSUB) foi criada por portaria em Novembro de 2004, para acompanhar e fiscalizar o Programa Relativo à Aquisição de Submarinos (PRAS) para a Marinha - de valor superior a mil milhões de euros. Os seus membros foram nomeados ao abrigo do regime consagrado para o pessoal das missões militares junto das representações diplomáticas no estrangeiro.
Sendo também uma missão de longo prazo (nalguns casos até seis anos), implicou a ida de familiares para a cidade alemã de Kiel (onde se situam os estaleiros navais da HDW). O problema, segundo as fontes, é que o novo regime remuneratório torna inviável a estabilidade familiar de quem vai chegar ao fim do mês com "saldo negativo" e deverá ter de fazer a família regressar a Portugal.
Uma das fontes frisou que a portaria agora aprovada visou igualar a situação dos quadros da MCSUB aos dos envolvidos noutras missões de acompanhamento recentemente criadas, como a relativa às fragatas holandesas da classe M. E que, no caso dos efectivos destacados na Alemanha, estes até beneficiaram do atraso (ficando subentendido que ele foi propositado) na aplicação do novo regime de abonos. Recorde-se que este está em vigor desde o início deste ano. O facto, segundo outras fontes, é que as regras foram alteradas e podem levar alguns dos militares destacados na Alemanha a pedir o regresso antecipado a Portugal.
Recorde-se que o primeiro dos dois submarinos, o NRP Tridente, foi lançado à água no passado dia 15, em cerimónia a que não assistiu qualquer jornalista português.
Poupanças
Recorrente, nas palavras das fontes, é a preocupação com a alegada afectação na qualidade do trabalho até aqui produzido, devido ao desvio das atenções, do plano profissional para o familiar, por parte dos membros da MCSUB.
A título de exemplo, algumas fontes citaram várias situações em que "a motivação e o empenho" desses quadros permitiu ganhos significativos para o Estado português. Tendo presente que os estaleiros alemães - como qualquer empresa - procuram reduzir custos na construção dos dois submarinos, bem como o que uma fonte qualificou como "as ambiguidades" existentes no contrato de aquisição desses vasos de guerra, o resultado do trabalho dos marinheiros destacados em Kiel é mensurável de várias maneiras, frisaram as fontes.
Uma delas é financeira: os custos da integração dos torpedos foi reduzida em "cerca de nove milhões de euros", o investimento em equipamentos não incluídos no contrato que vão ser instalados nos submarinos, a renegociação das condições de instalação dos militares destacados para acções de formação permitiu poupar mais de cem mil "só este ano".
No plano técnico, a obtenção de documentos técnicos não previstos no contrato e que, entre outros aspectos, reforçam a autonomia da Marinha face aos estaleiros em termos de manutenção dos submarinos.
No dia a dia da sua actividade, os membros da MCSUB chegam a estar durante várias semanas na Noruega para a realização dos testes de mar. Segundo uma das fontes, o novo regime de ajudas de custo não muda com a ida para aquele país escandinavo, onde o custo de vida (leia-se alimentação) é superior ao alemão. Como o valor gasto nas refeições é depois descontado no ordenado, isso contribui para reduzir o valor do salário a receber ao fim do mês, adiantou a referida fonte.
The 20 strangest baby names
Michael Moran, the books editor for Times Online, has discovered a book that makes every Jane Doe or Tom, Dick and Harry thank their lucky stars.
We're familiar with the celebrity trend of giving children playful, silly, impractical names on the basis that they'll never have to endure the vicissitudes of a real school or workplace. The first one most of us noticed was probably Zowie Bowie, or perhaps Marc Bolan's little boy Rolan, and probably reached its apotheosis in the wilful christening flightiness evinced by Bob Geldof or Gywneth Paltrow.
Michael Sherrod and Matthew Rayback, the authors of a new book, Bad Baby Names, have looked into a century of US census reports and discovered that the history of weird names is longer, and stranger, than most of us could have possibly imagined…
Here, in ascending order of weirdness, are the 20 strangest:
20: Wanna Funk
19: United States
18: Lotta Bacon
17: Hysteria Johnson
16: Waitress Seholley
15: Nail Rambo
14: Jump Jump
13: Tackle Feigenbutz
12: Mustard M.Mustard
11: Jelly Bean Cook
10: Fat Meat Fields
9: Geography Bryan
8: Zero Pie
7: Cylinder Klinefelter
6: Nice Veal
5: Cylclops Walthour
4: Envy Burger
3: Cancer Grindstaff
2: Young Boozer
1: Dracula Taylor
terça-feira, 29 de julho de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
"É hora do Mundo pôr os olhos em Portugal e Portugal pôr os olhos no Mundo!
Movimento quer acabar com reformas dos políticos
O Movimento Mérito e Sociedade propõe a aplicação da taxa "Robin dos Bosques" à classe política, defendendo a retirada dos subsídios e compensações aos ex-deputados e dirigentes de empresas públicas com menos de 65 anos.
"É tempo de voltar ao rigor, à moral e transparência da gestão pública e política", defendeu o líder do MMS, Eduardo Correia, em declarações à Lusa. Desta forma, acrescentou, o MMS quer que a chamada taxa "Robin dos Bosques" seja aplicada à classe política, para "acabar com o péssimo exemplo de quem lidera a área política".
Assim, continuou Eduardo Correia, o MMS propõe a revisão imediata das regras de despesa pública, nomeadamente através da redução de todas as reformas de ex-deputados, dirigentes de empresas e instituições públicas.
Além disso, aos que, nessas circunstâncias, não tenham atingido a idade mínima de reforma de 65 anos, devem ser retiradas todas as compensações e subsídios.
"É preciso reduzir bastante o número de pensionistas altamente beneficiados", referiu.
O MMS, que foi oficialmente constituído como partido político no final de Junho, defende ainda a revisão do parque autómovel do Estado, reduzindo a sua dimensão e não permitindo elevados consumos de combustível.
"Também neste caso é preciso que o Estado dê um exemplo de frugalidade e poupança", salientou o presidente do MMS.
Eduardo Correia apelou ainda para que seja publicada na Internet uma lista com os valores das reformas que auferem todos os antigos deputados e ex-dirigentes de empresas e instituições públicas.
"É preciso que todos percebam o que cada um recebe e o que se anda a fazer com o dinheiro do Estado, a bem da transparência", sublinhou, considerando que a "melhor liderança é uma liderança de exemplo".
domingo, 27 de julho de 2008
ainda e sempre, o Pacheco! COMUNIDADE [Extractos]
Estendo o pé e toco com o calcanhar numa bochecha de carne macia e morna; viro-me para o lado esquerdo, de costas para a luz do candeeiro; e bafeja-me um hálito calmo e suave; faço um gesto ao acaso no escuro e a mão, involuntária tenaz de dedos, pulso, sangue latejante, descai-me sobre um seio morno nu ou numa cabecita de bebé, com um tufo de penugem preta no cocuruto da careca, a moleirinha latejante; respiramos na boca uns dos outros, trocamos pernas e braços, bafos suor uns com os outros, uns pelos outros, tão conchegados, tão embrulhados e enleados num mesmo calor como se as nossas veias e artérias transportassem o mesmo sangue girando, palpitassem, compassadamente, silenciosamente, duma igual vivificante seiva.
É um bicho poderoso, este, uma massa animal tentacular e voraz, adormecida agora, lançando em redor as suas pernas e braços, como um polvo, digo: um polvo excêntrico, sem cabeça central, sem ordenação certa (natural); um grande corpo disforme, respirando por várias bocas, repousando (abandonado) e dormindo, suspirando, gemendo. Choramingando, às vezes. Não está todo à vista, mas metido nas roupas, ou furando aos bocados fora delas. Parece (acho eu, parece) uma explosão que atingiu um grupo de gente parada e, agora, o que está ali são restos de corpos mutilados : uma pernita de criança, um braço nu sòzinho, um punho fechado (um adeus?... uma ameaça?...), um tronco mal coberto por uma camisa branca amarrotada. Ou seria, então, talvez, um desabamento súbito, uma avalanche de neve encardida, que nos cobriu a todos, ao acaso, aos bocados, e para ali ficámos, quietos e palpitando, à espera, quietos e confiantes, dum socorro improvável, cada vez mais (e as horas passam!) improvável, incerto, aguardando a luz da manhã, que chega sempre, que acaba sempre por chegar, para vivos e mortos, calados ou palrantes, ladinos ou soterrados, os que já desistiram da madrugada e os que, ainda, contra qualquer lógica, contra qualquer quantidade de esperança, confiam ainda e esperam.
Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés, o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz, cansado de ler parvoíces que só em português é possível ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor.
(...)
Desde que estamos aqui, estudámos, experimentámos várias posições para nos ajeitarmos a dormir melhor: ora todos em fileira, ao lado uns dos outros, para a cabeceira da cama, ora distribuídos como agora, três para cima, dois para baixo, ou, então, com um dos miúdos (a Lina ou o Zé) atravessados a nossos pés. E havia, ainda, o problema da colocação ou das vizinhanças: eu e a Irene num lado e os miúdos noutro, ou nós no meio e eles um de cada lado, isto com insucessos, preferências, trambolhões cama abaixo, muitos pontapés, mijas, rixas, complicações de família, favoritismos e cìumeiras e choros e berraria às vezes, resolvidos em família entre risos e lágrimas, bofetões, beijos; descomposturas, carícias leves... Também na cama as posições variavam conforme o frio ou o calor, conforme, principalmente, o frio ou o calor que fazia na cama, pois os cobertores, às vezes, eram convocados (um, ou dois) à pressa, num afã de salvação pública (nossa) e seguiam com destino incerto. Depois, não havia trapada pelas gavetas que chegasse para os substituir, e até jornais, são óptimos, ramalham duma maneira estranha, apreciada pelos vagabundos que têm sono e frio. A verdade é esta: o frio não entrava connosco!
Somos gente pura: os mais novos não sabem o que é a promiscuidade, a minha rapariga se vir a palavra escrita deve achá-la muito comprida e custosa de soletrar: pro-mis-cu-i-da-de (pelo método João de Deus, em tipos normandos e cinzentos às risquinhas, até faz mal à vista!). A promiscuidade: eu gosto. Porque me cheira a calor humano, me sobe em gosto de carne à boca, rne penetra e tranquiliza, me lembra - e por que não ?! - coisas muito importantes (para mim, libertino se o permitem) como mamas, barrigas, pele, virilhas, axilas, umbigos como conchas, orelhas e seu tenro trincar, suor, óleos do corpo, trepidações de bicharada. E a confusão dos corpos, quando se devoram presos pelos sexos e as bocas. E as mãos, que agarram e as pernas, que enlaçam. Máquinas que nós somos, máquinas quase perfeitas a bem dizer maravilhosas, inda que frágeis, como não admirar as nossas peças, molas e válvulas e veias, todas elas animadas por um sopro que lhes parece alheio mas sai do seu próprio movimento, do arfar, dos uivos do animal, do desespero do anjo caído. E a par disso que é o trivial, que é o que cada um, tosco ou aleijado tem para dar e trocar, fatalidades, na sua mísera ou portentosa condição de bicho, a beleza, que é a surpresa, a harmonia das formas, que é a excepção e a inteligência, que é a reminiscência dos deuses. Ao lado do bicho, natural e informe, a estátua - onde a carne se afeiçoou em linhas puras, sabe-se lá porquê, por quem e para que fim (sim, o fim sabemos e é o que irmana todos na caveira desdentada horrível a rir-se muito da beleza e dos olhos que a gozavam, da estátua viva e das mãos que a percorriam demoradamente, enlevadas). A curva flutuante de um seio de donzela, a provocação que é a anca do efebo ou da ninfa, tão parecidas que se confundem; a amplidão do olhar e os seus mistérios, esquivas e trocadilhos - íntima largueza do reino da alma que jamais encontrarás seu fundo, e a cor alacre arrebatada duma risada; os passos, o cetim da pele, o emaranhado dos pêlos do púbis, e a alegria loira duma cabeleira solta, desmanchada nos abraços, saindo triunfal duma cama semidesfeita. A persuasão da fala, a fenda estreita que é a porta do paraíso e as outras mil maneiras ,de ver e gostar de ver um corpo ser nosso, subjugado por uma técnica ou o seu próprio desejo dissoluto; e tudo assoprado por dentro, tudo recheado de novas grutas ainda por explorar e que também jamais as conhecerás ou iluminarás todas, se elas a si mesmas se ignoram. Tudo cativado por uma divindade que é o todo, que é o Corpo, em risos e gritos, balbuceios de orgasmo e ranger de dentes; e a solidão duma lágrima lenta que desce a face no silêncio e na amargura; e o resfolegar do moribundo que já nada quer dos homens e com os homens, mas ostenta ainda na severidade da máscara, no desdém da boca desgarrada, uma altaneira nobreza; e a ferida do teu sexo aberta como uma nova última esperança de recomeçar tudo desde o princípio como se fora a primeira vez a fuga para o sono e o sonho. Nem eu me atrevia a falar-vos disto, senhores; nem eu nunca me atreveria a repetir coisas tão velhas, se não as visse serem atiradas para trás das costas, como se a enterrar em vida o corpo em cálculos e tristura os homens fossem mais livres e mais humanos. Ódio ao corpo, andam esses a dizer há dois mil anos, como se neste curto lapso de tempo da história do homem só devesse haver fantasmas descarnados. Ódio ao corpo, o teu e o meu, disfarçado em tarefas vis e loas absurdas, cobardias pequeninas. Nada disso é gente e eu gosto de estar com gente (falo de corpos), um enchimento de gente à roda, compacta, onde recebemos e damos, estamos e lutamos, sofremos em comum e gozamos. Onde tudo de nós é ampliado, revigorado, e medido pelo colectivo, pelos outros - espelho e limite, cadeia e espaço imenso, liberdade e nossa conquista.
Cá em casa a nossa cama é a nossa liberdade imediata. Tem os nomes que quiserem. É a cama do pai de família, austero e mandão, ou do dorminhoco pesado quando regressa embriagado para casa. É a cama do libertino. É o leito (suponhamos!) Luís-Qualquer-Coisa, XV ou XVI, do milionário, porque nela somos reis e milionários de ternura e de abraços, de palavras ciciadas; e é o catre sem lençóis, fracas mantas, e mau cheiro, do maltês que não sabe para onde o destino o manda (e somos isto, e que de longes terras viemos! quantos naufrágios! quanta coisa fomos largando para facilitar a marcha até aqui!), a enxerga do pedinte (e nós o somos também: porque temos falta de tudo e porque acordamos de manhã sem uma bucha de pão para dar às crianças e sem saber ainda onde o ir buscar). Podia ser (dava para) um bom título de uma comédia picante, bulevardesca; UMA CAMA PARA CINCO; idem para um filme neo-realista, onde nem cama houvesse, só umas palhas podres e mijadas, com gaibéus ensonados, embrutecidos do calor e do vinho, fedor de pés, talvez um harmónio desafiando as cigarras e os grilos na cálida noite da planície alentejana. Uma cama para cinco, em herança, constituía um demorado caso de partilhas. Nós dormimos. As vezes, muitas vezes, beijos e abraços.
As vezes, palavras duras, definitivas, a luta dos indivíduos (a morte ou a vida), e chacotas pelos fracassos de cada um, e arremessos de mau, génio, e vampirismo, pois então. Somos puros. E que falta nos fazem lençóis, fronhas, almofadas ? Os cobertores, quando os há, estão enegrecidos e com manchas, cheiram ao chichi das criancinhas, quando não a coisas que eu não digo. Mas abrindo a janela, que contraste de perfumes com o ar lavado que vem dos montes da Serra de São Luís! com a florescência das árvores na Avenida! E deixem-me que lhes diga: se é precisa a maior vigilância com as maganas das lêndeas e as brincalhonas pulguitas (especialmente daquelas pequeninas, estilo terroristas, são mesmo uns amores!), a graça que tem a Irene na caça à bicharada, desporto conceituado nas brenhas beirãs onde a fui escolher, e como se alegra dizendo «era uma verdadeira toira !» ou «esta tinha o rabo branco, eram duas às cavalitas», o que só demonstra que na classe agrária, enquanto não chega o dia do tractor e da reforma, a educação feminina quedou nessas prendas doméstico-venatórias do olho atento, dedos que nem setas, unhas como guilhotinas.
Em toda a cidade que dorme e respira, eu luto com a dispneia e escrevo. Em toda a cidade que repousa e se esquece, na Avenida dos Combatentes eu debato-me contra a morte e escrevo diante da minha pequena tribo que dorme. A tribo dorme: a Lina mostra um punho fechado (ideias avançadas terá a mocinha?); o rapaz está de costas e quase destapado (parece um Cupido cansado; na larga queixada, porém, uma expressão terrena, máscula - a cara camponesa e rude do avô Matias); o bebé ressona ou balbucia qualquer uma esperança que só ele entende. Ela, a Irene, a minha pequena deusa de tranças loiras, encosta-se a mim e calada cálida repousa cansada. Sou um deus grego ! Fauno serôdio, Pan sem flauta, Orfeu decaído de quantas desilusões e frios cinismos, um Vulcano cornudo às ordens de Vocências, do meu espaldar senhorial contemplo o rebanho provisório que inventei, patriarca e profeta do meu próprio futuro. E receio, oh como receio, que os deuses a valer me castiguem! E desejo, oh como desejo, que chegue a manhã e eu esteja respirando ainda pelos foles dos pulmões que o enfizema vai dilatando minguando a elasticidade; que o meu coração eia! sus! bata ainda quando, num quintal que não sei, perto, o galo canta.
Quando a dor no peito me oprime, corre o ombro, o braço esquerdo, surge nas costas, tumifica a carótida e dá-lhe um calor que não gosto; quando a respiração se acelera em busca duma lufada que a renasça, o medo da morte afinal se escancara (medo-mor, tamanha injustiça, torpeza infinita), aperto a mão da Irene, a sua mão débil e branca. Quero acordá-la. E digo : «não me deixes morrer, não deixes...» Penso para comigo, repito para me convencer: «esta pequena mão, âncora de carne em vida, estas amarras suas veias artérias palpitantes, este peso dum corpo e este calor, não me deixarão partir ainda...» E aperto-lhe a mão com força, e acabo às vezes por adormecer assim, quase confiante, agarrado à sua vida. Ah, são as mulheres que nos prendem à terra, a velha terra-mãe, eu sei, eu sei ! São elas que nos salvam do silêncio implacável, do esquecimento definitivo, elas que nos transportam ao futuro, à imortalidade na espécie (nem teremos outra) pelo fruto bendito do seu ventre (eu sei, eu sei...)
(...)
("Comunidade", Contraponto, 1964)
É um bicho poderoso, este, uma massa animal tentacular e voraz, adormecida agora, lançando em redor as suas pernas e braços, como um polvo, digo: um polvo excêntrico, sem cabeça central, sem ordenação certa (natural); um grande corpo disforme, respirando por várias bocas, repousando (abandonado) e dormindo, suspirando, gemendo. Choramingando, às vezes. Não está todo à vista, mas metido nas roupas, ou furando aos bocados fora delas. Parece (acho eu, parece) uma explosão que atingiu um grupo de gente parada e, agora, o que está ali são restos de corpos mutilados : uma pernita de criança, um braço nu sòzinho, um punho fechado (um adeus?... uma ameaça?...), um tronco mal coberto por uma camisa branca amarrotada. Ou seria, então, talvez, um desabamento súbito, uma avalanche de neve encardida, que nos cobriu a todos, ao acaso, aos bocados, e para ali ficámos, quietos e palpitando, à espera, quietos e confiantes, dum socorro improvável, cada vez mais (e as horas passam!) improvável, incerto, aguardando a luz da manhã, que chega sempre, que acaba sempre por chegar, para vivos e mortos, calados ou palrantes, ladinos ou soterrados, os que já desistiram da madrugada e os que, ainda, contra qualquer lógica, contra qualquer quantidade de esperança, confiam ainda e esperam.
Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés, o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz, cansado de ler parvoíces que só em português é possível ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor.
(...)
Desde que estamos aqui, estudámos, experimentámos várias posições para nos ajeitarmos a dormir melhor: ora todos em fileira, ao lado uns dos outros, para a cabeceira da cama, ora distribuídos como agora, três para cima, dois para baixo, ou, então, com um dos miúdos (a Lina ou o Zé) atravessados a nossos pés. E havia, ainda, o problema da colocação ou das vizinhanças: eu e a Irene num lado e os miúdos noutro, ou nós no meio e eles um de cada lado, isto com insucessos, preferências, trambolhões cama abaixo, muitos pontapés, mijas, rixas, complicações de família, favoritismos e cìumeiras e choros e berraria às vezes, resolvidos em família entre risos e lágrimas, bofetões, beijos; descomposturas, carícias leves... Também na cama as posições variavam conforme o frio ou o calor, conforme, principalmente, o frio ou o calor que fazia na cama, pois os cobertores, às vezes, eram convocados (um, ou dois) à pressa, num afã de salvação pública (nossa) e seguiam com destino incerto. Depois, não havia trapada pelas gavetas que chegasse para os substituir, e até jornais, são óptimos, ramalham duma maneira estranha, apreciada pelos vagabundos que têm sono e frio. A verdade é esta: o frio não entrava connosco!
Somos gente pura: os mais novos não sabem o que é a promiscuidade, a minha rapariga se vir a palavra escrita deve achá-la muito comprida e custosa de soletrar: pro-mis-cu-i-da-de (pelo método João de Deus, em tipos normandos e cinzentos às risquinhas, até faz mal à vista!). A promiscuidade: eu gosto. Porque me cheira a calor humano, me sobe em gosto de carne à boca, rne penetra e tranquiliza, me lembra - e por que não ?! - coisas muito importantes (para mim, libertino se o permitem) como mamas, barrigas, pele, virilhas, axilas, umbigos como conchas, orelhas e seu tenro trincar, suor, óleos do corpo, trepidações de bicharada. E a confusão dos corpos, quando se devoram presos pelos sexos e as bocas. E as mãos, que agarram e as pernas, que enlaçam. Máquinas que nós somos, máquinas quase perfeitas a bem dizer maravilhosas, inda que frágeis, como não admirar as nossas peças, molas e válvulas e veias, todas elas animadas por um sopro que lhes parece alheio mas sai do seu próprio movimento, do arfar, dos uivos do animal, do desespero do anjo caído. E a par disso que é o trivial, que é o que cada um, tosco ou aleijado tem para dar e trocar, fatalidades, na sua mísera ou portentosa condição de bicho, a beleza, que é a surpresa, a harmonia das formas, que é a excepção e a inteligência, que é a reminiscência dos deuses. Ao lado do bicho, natural e informe, a estátua - onde a carne se afeiçoou em linhas puras, sabe-se lá porquê, por quem e para que fim (sim, o fim sabemos e é o que irmana todos na caveira desdentada horrível a rir-se muito da beleza e dos olhos que a gozavam, da estátua viva e das mãos que a percorriam demoradamente, enlevadas). A curva flutuante de um seio de donzela, a provocação que é a anca do efebo ou da ninfa, tão parecidas que se confundem; a amplidão do olhar e os seus mistérios, esquivas e trocadilhos - íntima largueza do reino da alma que jamais encontrarás seu fundo, e a cor alacre arrebatada duma risada; os passos, o cetim da pele, o emaranhado dos pêlos do púbis, e a alegria loira duma cabeleira solta, desmanchada nos abraços, saindo triunfal duma cama semidesfeita. A persuasão da fala, a fenda estreita que é a porta do paraíso e as outras mil maneiras ,de ver e gostar de ver um corpo ser nosso, subjugado por uma técnica ou o seu próprio desejo dissoluto; e tudo assoprado por dentro, tudo recheado de novas grutas ainda por explorar e que também jamais as conhecerás ou iluminarás todas, se elas a si mesmas se ignoram. Tudo cativado por uma divindade que é o todo, que é o Corpo, em risos e gritos, balbuceios de orgasmo e ranger de dentes; e a solidão duma lágrima lenta que desce a face no silêncio e na amargura; e o resfolegar do moribundo que já nada quer dos homens e com os homens, mas ostenta ainda na severidade da máscara, no desdém da boca desgarrada, uma altaneira nobreza; e a ferida do teu sexo aberta como uma nova última esperança de recomeçar tudo desde o princípio como se fora a primeira vez a fuga para o sono e o sonho. Nem eu me atrevia a falar-vos disto, senhores; nem eu nunca me atreveria a repetir coisas tão velhas, se não as visse serem atiradas para trás das costas, como se a enterrar em vida o corpo em cálculos e tristura os homens fossem mais livres e mais humanos. Ódio ao corpo, andam esses a dizer há dois mil anos, como se neste curto lapso de tempo da história do homem só devesse haver fantasmas descarnados. Ódio ao corpo, o teu e o meu, disfarçado em tarefas vis e loas absurdas, cobardias pequeninas. Nada disso é gente e eu gosto de estar com gente (falo de corpos), um enchimento de gente à roda, compacta, onde recebemos e damos, estamos e lutamos, sofremos em comum e gozamos. Onde tudo de nós é ampliado, revigorado, e medido pelo colectivo, pelos outros - espelho e limite, cadeia e espaço imenso, liberdade e nossa conquista.
Cá em casa a nossa cama é a nossa liberdade imediata. Tem os nomes que quiserem. É a cama do pai de família, austero e mandão, ou do dorminhoco pesado quando regressa embriagado para casa. É a cama do libertino. É o leito (suponhamos!) Luís-Qualquer-Coisa, XV ou XVI, do milionário, porque nela somos reis e milionários de ternura e de abraços, de palavras ciciadas; e é o catre sem lençóis, fracas mantas, e mau cheiro, do maltês que não sabe para onde o destino o manda (e somos isto, e que de longes terras viemos! quantos naufrágios! quanta coisa fomos largando para facilitar a marcha até aqui!), a enxerga do pedinte (e nós o somos também: porque temos falta de tudo e porque acordamos de manhã sem uma bucha de pão para dar às crianças e sem saber ainda onde o ir buscar). Podia ser (dava para) um bom título de uma comédia picante, bulevardesca; UMA CAMA PARA CINCO; idem para um filme neo-realista, onde nem cama houvesse, só umas palhas podres e mijadas, com gaibéus ensonados, embrutecidos do calor e do vinho, fedor de pés, talvez um harmónio desafiando as cigarras e os grilos na cálida noite da planície alentejana. Uma cama para cinco, em herança, constituía um demorado caso de partilhas. Nós dormimos. As vezes, muitas vezes, beijos e abraços.
As vezes, palavras duras, definitivas, a luta dos indivíduos (a morte ou a vida), e chacotas pelos fracassos de cada um, e arremessos de mau, génio, e vampirismo, pois então. Somos puros. E que falta nos fazem lençóis, fronhas, almofadas ? Os cobertores, quando os há, estão enegrecidos e com manchas, cheiram ao chichi das criancinhas, quando não a coisas que eu não digo. Mas abrindo a janela, que contraste de perfumes com o ar lavado que vem dos montes da Serra de São Luís! com a florescência das árvores na Avenida! E deixem-me que lhes diga: se é precisa a maior vigilância com as maganas das lêndeas e as brincalhonas pulguitas (especialmente daquelas pequeninas, estilo terroristas, são mesmo uns amores!), a graça que tem a Irene na caça à bicharada, desporto conceituado nas brenhas beirãs onde a fui escolher, e como se alegra dizendo «era uma verdadeira toira !» ou «esta tinha o rabo branco, eram duas às cavalitas», o que só demonstra que na classe agrária, enquanto não chega o dia do tractor e da reforma, a educação feminina quedou nessas prendas doméstico-venatórias do olho atento, dedos que nem setas, unhas como guilhotinas.
Em toda a cidade que dorme e respira, eu luto com a dispneia e escrevo. Em toda a cidade que repousa e se esquece, na Avenida dos Combatentes eu debato-me contra a morte e escrevo diante da minha pequena tribo que dorme. A tribo dorme: a Lina mostra um punho fechado (ideias avançadas terá a mocinha?); o rapaz está de costas e quase destapado (parece um Cupido cansado; na larga queixada, porém, uma expressão terrena, máscula - a cara camponesa e rude do avô Matias); o bebé ressona ou balbucia qualquer uma esperança que só ele entende. Ela, a Irene, a minha pequena deusa de tranças loiras, encosta-se a mim e calada cálida repousa cansada. Sou um deus grego ! Fauno serôdio, Pan sem flauta, Orfeu decaído de quantas desilusões e frios cinismos, um Vulcano cornudo às ordens de Vocências, do meu espaldar senhorial contemplo o rebanho provisório que inventei, patriarca e profeta do meu próprio futuro. E receio, oh como receio, que os deuses a valer me castiguem! E desejo, oh como desejo, que chegue a manhã e eu esteja respirando ainda pelos foles dos pulmões que o enfizema vai dilatando minguando a elasticidade; que o meu coração eia! sus! bata ainda quando, num quintal que não sei, perto, o galo canta.
Quando a dor no peito me oprime, corre o ombro, o braço esquerdo, surge nas costas, tumifica a carótida e dá-lhe um calor que não gosto; quando a respiração se acelera em busca duma lufada que a renasça, o medo da morte afinal se escancara (medo-mor, tamanha injustiça, torpeza infinita), aperto a mão da Irene, a sua mão débil e branca. Quero acordá-la. E digo : «não me deixes morrer, não deixes...» Penso para comigo, repito para me convencer: «esta pequena mão, âncora de carne em vida, estas amarras suas veias artérias palpitantes, este peso dum corpo e este calor, não me deixarão partir ainda...» E aperto-lhe a mão com força, e acabo às vezes por adormecer assim, quase confiante, agarrado à sua vida. Ah, são as mulheres que nos prendem à terra, a velha terra-mãe, eu sei, eu sei ! São elas que nos salvam do silêncio implacável, do esquecimento definitivo, elas que nos transportam ao futuro, à imortalidade na espécie (nem teremos outra) pelo fruto bendito do seu ventre (eu sei, eu sei...)
(...)
("Comunidade", Contraponto, 1964)
Um libertino...
...é o ateu progressista. A libertinagem não é o medo, não é a devassidão, não é a tristeza. O Marquês de Sade, depois de ter saído da Bastilha, pertenceu a um comité do povo, e nesse comité do povo ele fez uma acção humana, que foi salvar a sogra que o tinha perseguido durante 40 anos ou coisa que o valha. Ele não mandou cortar a cabeça da sogra, mas a sogra merecia.
Dona Teresa estava lôca...
Dona Teresa estava louca. Além de há muito tempo não realizar mais as tarefas domésticas, quando tinha seus acessos assumia atitudes muito estranhas: no meio da noite saía seminua a provocar os homens em bares, fazia as necessidades fisiológicas por toda a casa, entrava em supermercados, onde enchia o carrinho de mercadorias e, na hora de pagar, atirava-os para o alto, aos gritos. Não conseguia mais dormir e perdera a memória: não reconhecia nem mesmo os próprios filhos.
Seus familiares tinham experimentado de tudo, sem sucesso.
Internada em diversos hospitais psiquiátricos, onde fora submetida aos tratamentos habituais, apresentava ainda sinais e feridas causados pelas ataduras com que era sujeitada, cada vez que entrava em estado de agitação. Já sem esperança, marido e filhos resolveram, então, seguir a indicação de um conhecido e ...
Contrariamente ao dito popular do "filho que bate na mãe"
O dia 24 de Junho de 1128 é uma data provável mas, poderá dizer-se que terá acontecido... até ao dia 3 de Agosto, porque no documento de doação do couto do Mosteiro do Pedroso, é declarado o infante Afonso como o princípe de todo o Portugal.
* Vitória das forças aglutinadas da nobreza portucalense em torno de D.Afonso Henriques, contra as de Fernão Peres de Trava, Rainha D. Teresa, - amante de D. Fernão, como já havia sido do irmão deste, Bemudo Peres de Trava - e do arcebispo de Compostela D. Diego Gelmirez, que pretendia impor o primado de Compostela sobre o de Braga.
* Contrariamente ao dito popular do "filho que bate na mãe", foram os cavaleiros fiéis a D.Teresa, vindos de Coimbra e de Viseu, que se dirigiram a Guimarães, para submeter D.Afonso Henriques.
* A batalha campal deu-se, portanto, perto daquele castelo. Dela resultou a substituição dos detentores do poder no Condado, que escolheram o infante Afonso para seu chefe, recusando-se a aceitar a política que proclamava a constituição de um reino que englobasse a Galiza e Portugal. Pode pois considerar-se S. Mamede como a primeira pedra lançada para se edificar a independência de Portugal.
* Há uma tese, condenatória do jovem infante, pela sua atitude para com a mãe, após a Batalha de S. Mamede, aprisionando-a no castelo de Lanhoso, dizendo tal tese que a acção seria merecedora do "castigo divino" recebido anos mais tarde pelo seu próprio sofrimento, após a derrota sofrida em Badajoz. É a própria Dona Tareja quem "escreve", como consta da IV Crónica Breve de Stª. Cruz de Coimbra: - "Afonso Anriquez, meu filho, prendeste-me e meteste-me em ferros. Rogo a Deus que preso sejades, assi como eu sõo. E porque me metestes nos meus pees ferros, quebrantadas sejam as tas pernas com ferros e deserdaste-me da terra que me leixou meu padre, e quitaste-me do meu marido. E mande Deus que se compra esto." Sabe-se contudo, por análise de documentos autênticos, que pouco tempo depois desta data já se encontravam, Dona Teresa e Fernão Peres de Trava, absolutamente livres lá para as terras dos Trava, na Galiza.
* Este casal, D. Teresa e Fernão Peres, viveram muitos anos em "comunhão de leito", do "enlace" nascendo duas filhas. O primeiro amor "proibido" da mãe do jovem Afonso Henriques, D. Bermudo, havia casado, em 1121, com a filha de Dona Teresa, Dona Urraca Henriques.
* No entanto, parece que as artes de bruxaria da Rainha deposta por D. Afonso I, eram bastante fortes, se atentar-mos no facto de a praga acabar por encontrar eco quando D. Afonso Henriques colocou cerco a Badajoz, importante praça então em poder dos mouros. D. Afonso e Geraldo Geraldes levavam as suas hostes à vitória...quando a sorte das armas se virou contra eles - até pela "traição" do Rei D. Fernando II, de Leão, que veio em ajuda dos mouros - e D. Afonso, depois de uma perna partida numa das portas da cidade, teve de jurar ao futuro genro, D. Fernando, que renunciava a todas as terras a norte do Rio Minho. Acontece, porém, que a dita "profecia" da Rainha D. Teresa apenas foi escrita pelos cronistas muitos anos depois da batalha de S. Mamede... e do cerco de Badajoz.
* Resta dizer, como final desta história, que D. Fernão Peres de Trava regressou ao Reino de Portugal, pelo menos, que se saiba, por duas vezes. Uma foi para confirmar algumas doações feitas à Sé de Braga. Outra das vezes, para oferecer à Sé de Coimbra uma propriedade que detinha em São Pedro do Sul. Isto foi feito em sufrágio da Dona Teresa, que faleceu em 1130.
E ASSIM SE VAI REPONDO A VERDADE DA HISTÓRIA!
segundo a lenda,
numa manhã de Inverno, a rainha, decidida a ajudar os mais desfavorecidos, teria enchido o regaço de seu vestido com pães, para os distribuir.
Tendo sido apanhada pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha exclamou: São rosas, Senhor!, ao que este, com desconfiança, inquiriu: "Rosas, no Inverno?". Com efeito, ao levantá-las, teriam brotado rosas da sia da soberna soberana, ao invés dos pães que ocultara.
Este evento ficou conhecido como milagre das rosas.
Ai éme grin!!! grin-grin-grinnn...
GREEN |
You are a very calm and contemplative person. Others are drawn to your peaceful, nurturing nature.
sábado, 26 de julho de 2008
um CAÇA-ANÓNIMOS!!!!
isto é mesmo a sério? um,dois! está a gravar?..está? ...allô?!!..está aí alguém?....(ehehhee)
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Assim como assim- A crónica de A. Lobo Antunes
Tanto ruído no interior deste silêncio: são as vozes dos outros a falarem em mim, pessoas de quem gostei, pessoas que perdi, gente que tenho ainda
Tanto ruído no interior deste silêncio: são as vozes dos outros a falarem em mim, pessoas de quem gostei, pessoas que perdi, gente que tenho ainda. Não me parece que herdei muito dos meus pais, dos meus avós: algumas coisas mais ou menos superficiais mas lá no fundo nada. Princípios, claro. Regras. O resto, quase tudo, fiz sempre sozinho. E estive sozinho nos momentos mais difíceis da vida, que sofri na carne como um cão: aquilo que, destilado, aparece nos livros, que são o itinerário de uma aprendizagem e de uma dor, a certeza da vida redimir a morte, da necessidade da alegria, de uma paz intransigente conquistada a pulso. A humilde capacidade de admirar as pessoas, respeitá-las, que tanto tempo levei a conseguir. Olhar nos olhos o que um ano destes não serei. Custa-me a ideia de não escrever, um dia. Do mundo continuar sem mim. De perder corpos, calor: o que ganharei em troca? O meu pai foi-se embora há quatro anos: percebo hoje que existia entre eu e a morte, a defender-me sem saber que me defendia e que a partir de então, quando ela tocar à campaínha, é a minha vez de abrir a porta: não quero chegar à maçaneta a tropeçar, quero mostrar-lhe a casa limpa e pronta. Dizer a quem se achar ao meu lado
– Eu já venho.
e descer as escadas. Não se incomodem, não se levantem: sou capaz de descer as escadas sem ajuda até vários palmos abaixo da terra. Espero que haja sol nesse dia, um arrepio alegre nas árvores. Não se incomodem que eu já venho. Sentir-me-ão nos objectos, deixarão de sentir-me a pouco e pouco à medida que a saudade se atenua. Continuarei aqui através dos meus livros, na altura em que ninguém meu conhecido sobrar. Ficam retratos, claro, reflexos pálidos do que fui. Depois nem sequer os retratos, um nome apenas. Páginas e páginas que não imaginarão o que me custaram, a luta permanente, a dificuldade em limpá-las. Tem de passar-se as passas do Algarve para dar prazer ao leitor. Espero que Deus me conceda acabar três ou quatro textos, deixá-los prontos para que outros construam por cima, como eu construí por cima dos que me precederam. Se alguma dignidade de homem tenho deu-me a Arte. Hipócrates: a Arte é longa, a Vida breve, a Experiência enganadora e o Juízo difícil. O meu pai tinha isto num rectângulo de papel, no seu gabinete do hospital. A Arte é longa, a Vida breve. Se te sentes desfalecer pega na tua própria mão para ganhares coragem. Talvez dê resultado. Tentaste. É noite agora, corri as cortinas, estou sozinho. Faltam-me os meus amigos, falta-me o mar. Estantes cheias de lombadas, esta mesa. A esferográfica que lá vai andando aos tropeções. Os cigarros são a água com que empurro a comida das frases. Gostava de deixar de fumar, uma escravidão estúpida. Eis-me sozinho rodeado de vozes. Ninguém me pode ajudar a fazer isto. Se cair do trapézio a responsabilidade é minha e o aleijar das costas também. Conseguirei agarrar o próximo, falharei? Não me interessa narrar histórias, contento-me em abrir o coração. A minha mãe fez noventa anos em dezembro: limita-se a esperar numa cadeira. No que me respeita não vou esperar numa cadeira: a mão desenhará letras até ao fim. Esta não é uma crónica melancólica: é a obstinação do ofício que pratico desde que me conheço, afastando sempre o que o estorvava. Pagam-me para fazer o que faria de qualquer maneira e portanto sou uma criatura feliz. Na altura em que a morte, de que falei há bocado, chegar, já a venci. Amanhã na batalha pensa em mim: título do meu amigo Javier Marías. Hoje na batalha penso em vocês, não deixo de pensar em vocês. Somos tantos, cada um de nós é tantos.
Há horas cortei o cabelo: à minha frente, no espelho, um sujeito a quem cortavam o cabelo e me olhava. Parecíamos desconfiar um do outro e tive vontade de pedir-lhe desculpa por o tratar tão mal, comendo não importa o quê, dormindo pouco, não lhe dando atenção. São Francisco de Assis: confesso que tratei muito mal o meu pobre irmão corpo. Haja alguma coisa em que São Francisco e eu sejamos colegas. Lá estava o António com as madeixas a tombarem na toalha, aquela boca, aqueles olhos. Rugas: serão do espelho ou minhas? Que idade tenho? Sei lá: muda constantemente, para trás, para o lado, às vezes foge-me, outras regressa: ao cortar o cabelo estava ali, viva. E é impossível ser aquilo, é impossível ser isto. Nada em comum entre nós e o cabelo a descer para a toalha, sem cessar. Veio-me à ideia o barbeiro do meu avô, o senhor Melo, a rua 1.º de Dezembro, manicuras que eu achava lindas, tão perfumadas, tão gordas, a arrulharem: devo-lhes a minha primeira erecção consciente, pensei em pedir-lhes para casarem comigo, as duas, de uma vez. Não pedi. Quer dizer, pedi sem as palavras e não me responderam, ocupadas a fazerem festinhas nos dedos de uns cavalheiros quaisquer, de joelho activamente (gosto do activamente) encostado à perna deles. De modo que ao conhecer o desejo conheci o ciúme. E a indiferença já agora, porque não me ligaram nada. Que teria eu de mal para além de oito anos? E oito anos é um defeito assim tão grande? Ninguém sabia, claro, que eu era o escritor mais importante do mundo e maçava-me elas não o reconhecerem com um relance apenas. Um génio ao alcance do braço e as manucuras zuca zuca na fazenda dos cavalheiros. O senhor Melo, esse, entendeu-me o olhar
– O avôzinho nunca deixa que lhe toquem, e eu a achar de imediato que o meu avô era parvo. Mal entrei em casa fui à brilhantina do meu pai (um boião pegajoso) e penteei-me para trás. Só me faltava o smoking e uma actriz ao lado para ser Gary Cooper por uma pena. Gary Cooper, na minha forma de ver, não andava longe de Camões, de maneira que me espantou, ao jantar, mandarem-me comer a sopa mais depressa. Não imaginava (não imagino) a mãe de Gary Cooper e Camões (uma para ambos chega)a mandá-los comer a sopa mais depressa. Recordo-me de afirmar
– Sou melhor que Camões e Gary Cooper juntos e multiplicados por deze ainda hoje estou para compreender o que significava o silêncio que se seguiu.
A.L-Antunes
crendices
CRENDICES
Cruzar com gato preto na rua dá azar.
Jogar sabão para Santa Clara faz parar de chover.
Chinelo ou sapato com a sola virada para cima, o pai ou a mãe podem morrer.
Sol com chuva, casamento de viúva.
Apontar estrela com o dedo faz nascer verruga.
Mulher que tem o segundo dedo do pé maior que o primeiro, manda no marido.
Cortar cabelo na Sexta-feira Santa não cresce mais.
Vassoura atrás da porta espanta visitas.
Sexta-feira 13 é dia de azar.
Agosto é mês do desgosto .
Assobiar à noite chama cobra.
Comer manga com leite faz mal.
Jogar sal no fogo espanta o azar.
A pessoa que é pulada não cresce mais.
O número 7 é o número da mentira.
Quem passa debaixo do arco-íris vira mula - sem - cabeça.
Quem come banana à noite, passa mal.
Quem canta na quaresma vira mula - de - padre.
Quem comer muito à noite terá pesadelos.
Passar debaixo da escada é má sorte.
Quebrar um espelho, dá sete anos de azar.
Colocar bolsa no chão faz o dinheiro acabar.
No mundo todo, a passagem do ano é cheia de rituais, simpatias e superstições -- e boa parte deles tem a ver com o que comemos ou bebemos (ou arremessamos) na última noite do ano:
No sul dos Estados Unidos, acredita-se que se você comer ervilhas na ceia, terá sorte no Ano Novo. A sorte aumentará se o prato for acompanhado de repolho verde.
Chocolate tem a fama de atrair riquezas, mas se você quer um ano cheio de sexo, nada supera uma ostra - recomendam os gregos.
Na costa noroeste dos Estados Unidos, o pessoal come salmão para atrair coisas boas no ano vindouro.
A tradição também diz que quem come o bolo de São Basílio, uma guloseima também conhecida como "Bolo dos Reis" é uma das favoritas. Diz a lenda que apenas a dona da casa pode fazer esse bolo redondo, e que no momento de levá-lo ao forno ela deve estar usando suas melhores roupas e jóias. Na massa que vai ao forno, há moedas e outros pequenos objetos. Antes de servir, usa-se um copo para cortar a porção central, fazendo com que o doce ganhe o formato de um anel. A porção central é oferecida ao santo e só então o bolo pode ser cortado. Aqueles que encontrarem algum "tesouro" na sobremesa terão sorte o ano todo.
Os alemães acreditam que o primeiro alimento consumido no ano que chega devem ser panquecas.
Os espanhóis correm contra o relógio. Segundo a tradição, durante cada uma das 12 badaladas da meia-noite come-se uma uva grande, o que garante a sorte para o resto do ano - mas só para quem lograr o intento antes que o relógio se cale.
Já os italianos, assim como os brasileiros, acreditam que uma colherada de lentilhas é sinônimo de dinheiro no novo ano, enquanto a carne de porco, bem gordurosa, simboliza prosperidade e progresso.
Os japoneses, por sua vez, consomem comem uma sopa chamada ozoni -- feita de arroz, massa e vegetais. É um tipo de elixir que acalma um estômago irritado e afasta os rancores.
Um bolo embebido em licor é tradição na Irlanda, na "Noite dos Grandes Pratos" (véspera de Ano Novo). Comer porções generosas nesse dia significa, para os irlandeses, dispensa cheia o ano todo. Chamado Barm Brack, cheio de especiarias e uvas passas, normalmente, após mordido 3 vezes pelo dono da casa, é arremessado contra a porta principal. O procedimento, acreditam, afasta a fome daquele lar durante todo o próximo ano.
Uma tradição escocesa chamada "First Footing" (algo como "primeiro a pisar") diz que a sorte que você terá no ano vindouro depende de quem for o primeiro a entrar em sua casa. Caso seja um estranho de cabelos escurso segurando um pedaço de pão, uma moeda de ouro e um pedaço de carvão, não se pode esqueçer de lhe servir uma bebida forte e um bolo de frutas embebido em uísque para ter sorte o ano todo.
Os espanhóis fazem a contagem regressiva para o Ano Novo, comendo uvas - uma por segundo.
Cruzar com gato preto na rua dá azar.
Jogar sabão para Santa Clara faz parar de chover.
Chinelo ou sapato com a sola virada para cima, o pai ou a mãe podem morrer.
Sol com chuva, casamento de viúva.
Apontar estrela com o dedo faz nascer verruga.
Mulher que tem o segundo dedo do pé maior que o primeiro, manda no marido.
Cortar cabelo na Sexta-feira Santa não cresce mais.
Vassoura atrás da porta espanta visitas.
Sexta-feira 13 é dia de azar.
Agosto é mês do desgosto .
Assobiar à noite chama cobra.
Comer manga com leite faz mal.
Jogar sal no fogo espanta o azar.
A pessoa que é pulada não cresce mais.
O número 7 é o número da mentira.
Quem passa debaixo do arco-íris vira mula - sem - cabeça.
Quem come banana à noite, passa mal.
Quem canta na quaresma vira mula - de - padre.
Quem comer muito à noite terá pesadelos.
Passar debaixo da escada é má sorte.
Quebrar um espelho, dá sete anos de azar.
Colocar bolsa no chão faz o dinheiro acabar.
No mundo todo, a passagem do ano é cheia de rituais, simpatias e superstições -- e boa parte deles tem a ver com o que comemos ou bebemos (ou arremessamos) na última noite do ano:
No sul dos Estados Unidos, acredita-se que se você comer ervilhas na ceia, terá sorte no Ano Novo. A sorte aumentará se o prato for acompanhado de repolho verde.
Chocolate tem a fama de atrair riquezas, mas se você quer um ano cheio de sexo, nada supera uma ostra - recomendam os gregos.
Na costa noroeste dos Estados Unidos, o pessoal come salmão para atrair coisas boas no ano vindouro.
A tradição também diz que quem come o bolo de São Basílio, uma guloseima também conhecida como "Bolo dos Reis" é uma das favoritas. Diz a lenda que apenas a dona da casa pode fazer esse bolo redondo, e que no momento de levá-lo ao forno ela deve estar usando suas melhores roupas e jóias. Na massa que vai ao forno, há moedas e outros pequenos objetos. Antes de servir, usa-se um copo para cortar a porção central, fazendo com que o doce ganhe o formato de um anel. A porção central é oferecida ao santo e só então o bolo pode ser cortado. Aqueles que encontrarem algum "tesouro" na sobremesa terão sorte o ano todo.
Os alemães acreditam que o primeiro alimento consumido no ano que chega devem ser panquecas.
Os espanhóis correm contra o relógio. Segundo a tradição, durante cada uma das 12 badaladas da meia-noite come-se uma uva grande, o que garante a sorte para o resto do ano - mas só para quem lograr o intento antes que o relógio se cale.
Já os italianos, assim como os brasileiros, acreditam que uma colherada de lentilhas é sinônimo de dinheiro no novo ano, enquanto a carne de porco, bem gordurosa, simboliza prosperidade e progresso.
Os japoneses, por sua vez, consomem comem uma sopa chamada ozoni -- feita de arroz, massa e vegetais. É um tipo de elixir que acalma um estômago irritado e afasta os rancores.
Um bolo embebido em licor é tradição na Irlanda, na "Noite dos Grandes Pratos" (véspera de Ano Novo). Comer porções generosas nesse dia significa, para os irlandeses, dispensa cheia o ano todo. Chamado Barm Brack, cheio de especiarias e uvas passas, normalmente, após mordido 3 vezes pelo dono da casa, é arremessado contra a porta principal. O procedimento, acreditam, afasta a fome daquele lar durante todo o próximo ano.
Uma tradição escocesa chamada "First Footing" (algo como "primeiro a pisar") diz que a sorte que você terá no ano vindouro depende de quem for o primeiro a entrar em sua casa. Caso seja um estranho de cabelos escurso segurando um pedaço de pão, uma moeda de ouro e um pedaço de carvão, não se pode esqueçer de lhe servir uma bebida forte e um bolo de frutas embebido em uísque para ter sorte o ano todo.
Os espanhóis fazem a contagem regressiva para o Ano Novo, comendo uvas - uma por segundo.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
quarta-feira, 23 de julho de 2008
ATOLOU-SE ou SE ATOLOU???
Industrias criativas..bela maneira de se iniciar a tarde!
A Fundação de Serralves está consciente da crescente importância das Indústrias Criativas nas economias modernas e convicta de que a sua missão compreende o apoio a estas actividades, mobilizando talentos e incentivando a criatividade e a inovação.
Neste sentido, a Fundação de Serralves promove a realização de um Estudo Macroeconómico que permita avaliar o impacto destas actividades, conhecer a sua evolução e o papel que desempenham ou poderão vir a desempenhar, na sociedade e na economia, mais concretamente na Região Norte do País , denominado “Desenvolvimento de um cluster das Indústrias Criativas na Região do Norte”.
Em paralelo com a realização deste Estudo desenvolve-se o INSERRALVES Indústrias Criativas que tem como objectivo estimular a capacidade criativa, inovadora e empreendedora de indivíduos e empresas através da criação e gestão de uma incubadora que se insere no ambiente físico da Fundação de Serralves.
Indústrias Criativas (wikipedia)
O termo utilizado para expressar o conceito emergente de Indústrias Criativas, que intersectam a criatividade, a arte, o negócio e a tecnologia, ainda não é consensual, nem existe, para já, uma definição “científica” devido à complexidade da sua origem.
Segundo o Department for Culture, Media and Sport, Indústrias Criativas são aquelas que têm a sua origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de trabalho e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual.
Conceitos
Numa primeira abordagem ao tema das indústrias criativas surge o termo Indústria cultural. Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro Dialektik der Aufklärung (1947), mencionam pela primeira vez o termo indústrias da cultura, no qual os autores criticam o processo de massificação e mercantilização da arte com algum cepticismo e rejeitam a relação entre esta e a economia, alegando que a exploração e comercialização da cultura e da arte se transformam num processo industrial, do qual o homem é um mero instrumento de trabalho e consumo. A partir da década de 70 as actividades culturais, quando ainda não eram consideradas nas suas vertentes empresariais e comerciais, tornaram-se foco de atenção e sustentação por parte das políticas culturais.
Na década de 80 o Greater London Council começou a utilizar o termo indústrias culturais para englobar actividades culturais que operavam como actividades comerciais, mas que não estavam integradas no sistema de financiamento público, sendo importantes fontes de riqueza e emprego. Por outro lado, uma parte significativa dos bens e serviços que a população consumia (tais como televisão, rádio, cinema, música, concertos, livros) não se relacionavam com o sistema público de financiamento.
O termo Indústrias Culturais surge, então, para expressar a ligação existente entre arte e economia, consequência do desenvolvimento das actividades culturais como importantes fontes de riqueza e trabalho e da necessidade de formulação, desenvolvimento e financiamento por parte das políticas públicas.
Em meados da década de 90 o conceito de indústrias culturais, baseado nesta definição restrita que se referia apenas a arte e cultura, mostrou-se insuficiente, uma vez que os avanços nas tecnologias de informação e comunicação, software e, em particular, a rápida emergência e massificação da Internet tiveram um impacte significativo nestas actividades, não permitindo o seu enquadramento em nenhuma das categorias convencionais, o que as excluía do campo das artes e cultura.É neste contexto que as indústrias culturais, tendo estado na origem das indústrias criativas, são, actualmente, consideradas por muitas instituições e autores de referência como um subconjunto destas.
O conceito conceito de indústria criativa surge no início da década de 90, na Austrália, mas é no final deste período que obtém maior relevância ao ser inserido nas políticas definidas pelo Department for Culture, Media and Sport (DCMS) do Reino Unido, com a criação do Creative Industries Unit and Task Force, em 1997. No Creative Industries Mapping Document as Indústrias Criativas são definidas como aquelas que têm a sua origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de trabalho e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual.
Segmentos do sector criativo
A organização das Indústrias Criativas traçada pelo DCMS deve-se a uma tentativa de medir o contributo económico destas indústrias no Reino Unido, identificando, ao mesmo tempo, as oportunidades e ameaças que elas enfrentam. Foram definidos os seguintes segmentos para o sector criativo: Publicidade, Arquitectura, Artes e Antiquários, Artesanato, Design, Design de Moda, Cinema e Vídeo, Software Interactivo de Entretenimento, Música, Artes Performativas, Edição, Software e Serviços de Informática, Televisão e Rádio. Este Departamento refere que existem também relações económicas com outros domínios, tais como Turismo, Museus e Galerias, Património e Desporto.
Que maravilha!
A ociosidade é a mãe de todos os vicios
O Pobre Tolo
A vida é uma luta entre os seus aspectos revelados e o limbo em que eles se perdem e ampliam até à suprema distância imaginável; uma luta entre a realidade e o sonho, a Carne e o Verbo. Entre nós, o Verbo não encarnou inteiramente. Somos corpo e alma, verbo encarnado e verbo não encarnado, a matéria e o limbo, o esqueleto de pedra e um fumo que o enconbre e ondula em volta dele, e dança aos ventos da loucura... E aí tendes um pobre tolo sentimental, uma caricatura elegíaca. Neste limbo interior, neste infinito espiritual, vive a lembrança de Deus que alimenta a nossa esperança, e transfigura esse bicho do Demónio, que anda por esses boulevards, vestido à moda ou coberto de farrapos.
Ardemos num incêndio de esperança, para que reste de nós uma lembrança, um fumo que sobe e não se apaga. Tudo é memória: um fumo leve, em mil visagens animadas; ou denso, em formas inertes e sombrias; e, ao longe, a grande fogueira invisível que os demónios e os anjos alimentam.
Vivo, porque espero. Lembro-me, logo existo.
Teixeira de Pascoaes, in "O Pobre Tolo"
terça-feira, 22 de julho de 2008
Há uma borboleta morta no passeio
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