segunda-feira, 29 de junho de 2009

falta algum?


Viana do Castelo
Guimarães,Braga,
Porto,Gaia
Aveiro,Coimbra,Leiria,Guarda,
Torres Vedras,Santarém,
Lisboa,Loures,Cascais,Setúbal,Almada,Sintra
Castelo Branco,
Beja,Évora,
Faro

tas aí?


Guarda,
Faro,
Braga,
Viana do Castelo,
Guimarães,
Sintra,
Évora,
Castelo Branco,
Loures,
Porto,
Lisboa,
Almada,
Leiria,
Coimbra,
Setúbal,
Beja,
Aveiro,
Torres Vedras,
Santarém,
Cascais
Gaia.

tás a ber?

the best





Sócrates parece ter entrado...


numa centrifugadora!!!

sábado, 27 de junho de 2009

Tamanho da Fruta deixa de contar


É o fim de um paradoxo europeu. Um de muitos...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

AQUI, AS AMOSTRAS SAO NA LOJA DO...

...FERREIRA DA CUNHA!

cf PALAVROSSAVRVS REX


Um blogue de Joaquim Carlos]
Quinta-feira, Junho 25, 2009
SÓSIA PEREIRA FAZ DE VITALINO

A tremideira governamentalesca das últimas horas não tem remédio arrastando para uma floresta labiríntica de trapalhadas o nome de gestores fabulosamente pagos e supostamente competentes como Zeinal Bava e Henrique Granadeiro. Há algo de tão desastrado e moribundo neste Governo que por muito que venham os sucessivos Vitalinos novos, entre os quais Pedro Silva Pereira, nada mais que um Vitalino, enfatizar ideias e sublinhar a ausência de suspeições, está aí mesmo Ricardo Costa e tantos outros a clamar que não é verdade, que há um facto político grave subjacente a tudo isto entre a PT e a Media Capital/TVI. Portugal é sacudido por um tsunami de absurdos governamentalescos que nos não dão tréguas. Ontem a Fundação Esconsa para as Comunicações Móveis deu estrilho, demonstrando o vão de escada para onde se atiram os dinheiros públicos e se inventam Fundações e Observatórios de perder recursos, hemorragia contínua, filha da lógica desonesta e corrupta com que se praticam todos os desmandos que danam Portugal. Ontem também foi notória a contradição ou mentira em directo com o Jaiminho Silva dessintonizado em directo e em simultâneo com a versão socretinesca relativa à demissão do embaraço em pessoa, Carlos Guerra. Depois é assim: quanto mais Vitalino o PS arremeda, pior fica o soneto, alguém desmentiu ter estado Granadeiro, presidente da PT, com o Ainda-PM no dia em que a PT comunica à CMVM a intenção de compra das acções da TVI?!: «O ministro da Presidência acusou hoje a líder do PSD de “arrogância” ao lançar “suspeições totalmente infundadas”, tentando envolver o Governo num negócio que ainda não se confirmou entre a Portugal Telecom (PT) e a Media Capital.Pedro Silva Pereira falava aos jornalistas no final do Conselho de Ministros, depois de confrontado com a polémica em torno da possível compra pela PT de 30 por cento do capital da Media Capital, que controla a TVI.»
Publicada por joshua em 7:18 PM
Etiquetas: Carlos Castro, Henrique Granadeiro, Pedro Silva Pereira, Zeinal Bava

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Dia 26 – Sexta-feira – 22h00



Comemorações do Dia Europeu do Vizinho

Participe na festa !

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Forte ou Praça de São José da Pontinha




O triângulo de pedra no Ilhéu de São José que o João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira construíram há 586 anos, para servir de âncora às suas caravelas, devia tornar-se agora o SÍMBOLO DO EPICENTRO GEOGRÁFICO DA MADEIRA , à semelhança da Notre Dame de Paris.

Segundo o matemático Buckminster Fuller, inventor da cúpula geodésica, o TRIÂNGULO é a figura geométrica mais forte que existe na terra. Os madeirenses não podiam arranjar melhor ícone e mais próprio para simbolizar as suas qualidades excelentes de determinação e de vivência!

PTRON


asa

Gripe de 1918/19



A Gripe de 1918/19 foi uma pandemia que se espalhou por quase todo mundo. Foi causada por uma virulência incomum do vírus Influenza A, subtipo H1N1. A pandemia matou mais de 500.000 pessoas nos EUA, e cerca de 50—100 milhões em todo o mundo.

Na actual avaliação da gripe das aves, a dita “Gripe Espanhola” de 1918 é um exemplo para as consequências mortais que uma mutação do vírus da gripe pode ter — e para compreendermos que estamos prestes a enfrentar as consequências de uma destas mutações.
A evolução

Espalhou-se rapidamente pelo mundo e causou em apenas 18 meses, entre 1918 e 1920, a morte de cerca de 50 a 100 milhões de pessoas – entre 2,5 a 5% da população mundial na época.

A origem geográfica da pandemia de gripe de 1918-1919 é desconhecida. Foi designada de «gripe espanhola», «gripe pneumónica, peste pneumónica» ou, simplesmente, «pneumónica».

A doença terá sido observada pela primeira vez a 4 de Março de 1918 no Campo Funston, no Kansas, nos EUA. Na altura, o vírus, também ele um H1N1, causava problemas respiratórios leves, mas era muito contagioso.

A doença foi observada também em Queens, Nova Iorque, em Março. Os primeiros casos conhecidos de gripe na Europa ocorreram em Abril de 1918 com tropas francesas, britânicas e americanas, estacionadas nos portos de embarque em França.
Em Maio, a doença atingiu a Grécia, Espanha e Portugal. Em Junho, a Dinamarca e a Noruega. Em Agosto, os Países Baixos e a Suécia. Todos os exércitos estacionados na Europa foram severamente afectados pela doença, calculando-se que cerca de 80% das mortes do exército dos EUA se deveram à «gripe espanhola».
Evolução temporal da pandemia

A pandemia de 1918/1919 desenvolveu-se em três ondas epidémicas:

1. A primeira, mais benigna, surgiu na Primavera e terminou em Agosto de 1918;
2. A segunda começou no Outono de 1918 e terminou entre os meses de Dezembro e Janeiro, tendo sido de extraordinária gravidade, afectando grande parte da população mundial e com uma taxa de letalidade de 6 a 8%;
3. A terceira e derradeira, começou em Fevereiro de 1919 e terminou em Maio do mesmo ano.

A pandemia caracterizou-se pela elevada morbilidade e mortalidade, especialmente nos sectores jovens da população e pela frequência das complicações associadas.

Calcula-se que afectou 50% da população mundial, tendo matado 50 milhões de pessoas, pelo que foi qualificada como o mais grave conflito epidémico de todos os tempos. A falta de estatísticas fiáveis, principalmente no Oriente (China, Índia, etc.) pode ocultar um número ainda maior de vítimas.

É provável que o vírus responsável pela pandemia esteja relacionado com o vírus da gripe suína, isolado por Richard E. Shope em 1920.

Em Portugal, verificou-se uma elevadíssima taxa de mortalidade, com duas ondas epidémicas e uma ocorrência muito marcada entre os 20 e os 40 anos, que terá causado cerca de 120.000 mortos.

ora deixa experimentar....

A caleche
Nikolai Gógol




A cidadezinha de B. animou-se muito quando nela se aboletou o regimento de cavalaria ***.
Antes disso, pasmava num tédio mortal. Quando, por acaso, passamos por esta cidade e olhamos
para as casas baixinhas e rebocadas de argila, emanando um incrível azedume, pronto ... é
impossível exprimir como se nos aflige o coração: tanto é o anojo, como se acabássemos de perder
ao jogo ou de dizer alguma coisa despropositada – é mau, mau, mau, e está tudo dito. Com as
chuvas, o barro desprendeu-se das paredes que de brancas se tornaram malhadas; os telhados são,
na sua maioria, cobertos de junco, como é hábito nas nossas cidades do sul; quanto aos
jardinzinhos, havia muito que o governador civil, com o intuito de melhorar a paisagem urbana, os
mandara cortar. Nas ruas não encontramos vivalma que não seja um galo atravessando a calçada
macia como uma almofada por causa da camada grossa de poeira acumulada que, à mínima pinga
de chuva, se transforma em lama; então, as ruas da cidade de B. enchem-se daqueles animais
corpulentos a que o governador civil local chama de franceses. Assomando os focinhos sisudos das
suas banheiras, levantam grunhidos tais que o viajante se vê obrigado a apressar imediatamente os
cavalos. De resto, é difícil encontrar um viajante na cidade de B. É raro, muito raro, que um
qualquer proprietário rural possuidor de onze almas camponesas e vestido de sobrecasaca de
nanquim rode pela calçada num híbrido de britchka e carroça, espreitando por detrás dos sacos de
farinha amontoados e chicoteando a sua égua baia atrás da qual corre um potro. A própria praça do
mercado tem um ar um pouco triste: a casa do alfaiate está disposta de maneira muito estúpida, não
oferecendo à praça a sua fachada mas a empena; ora, em frente desta está a ser construído há já
quinze anos um prédio qualquer de pedra e com duas janelas. Mais adiante ergue-se, isolado, o
tapume da moda, feito de tábuas pintadas de cinzento a condizerem com a lama, mandado construir
como modelo pelo governador civil nos seus anos jovens, quando ainda não tinha o hábito de
dormir logo após o almoço e de beber à noite, antes de ir para a cama, uma decocção qualquer feita
com bagas secas de groselha espinhosa: Noutros lugares, só paliçadas; no meio da praça, umas
lojecas minúsculas onde encontramos sempre uma fiada de roscas, uma mulher de lenço vermelho,
uma arroba de sabão, várias libras de amêndoa amarga, chumbo para a espingarda, pano demicoton
e dois encarregados comerciais jogando à porta da venda, todo o tempo, à svaika1 Porém, mal se
aboletou na cidade de B. um regimento de cavalaria, tudo se alterou. As ruas animaram-se,
tornaram-se coloridas – isto é, o seu aspecto mudou da noite para o dia. As casas baixinhas, volta e
meia, viam passar a seu lado um destro e esbelto oficial, de penacho na barretina, de visita a um
1 Jogo tradicional: um prego, ou cravo, com cabeça grande, é lançado, passa através de um anel e
espeta-se no chão (uma espécie do jogo do espeto). (N do T.)
camarada para falar com ele de promoções, do excelente tabaco ou mesmo para apostar às cartas
uma charrete que podia ser considerada regimental já que, sem sair do regimento, passava por todas
as mãos: hoje transportava o major, amanhã estava na cocheira do tenente, uma semana depois já a
ordenança do major voltava a untá-la de sebo. A paliçada de madeira entre os quintais estava toda
cheia de bonés dos soldados, pendurados ao sol; nalgum portão pendia, infalivelmente, um capote
cinzento; pelas ruelas andavam soldados com bigodes rijos como escovas de calçado. Entreviam-se
por todo o lado tais bigodes. Juntavam-se no mercado as citadinas com os seus púcaros – e já por
trás dos seus ombros se assomavam os bigodes. No estrado dos anúncios, já um soldado de
bigodaça ensaboava a barba a algum campónio atoleimado que só pigarreava esbugalhando os
olhos. Os oficiais animaram a boa sociedade que, antes disso, era constituída apenas pelo juiz, que
vivia na mesma casa que a viúva de um diácono qualquer, e pelo governador civil, um homem
ajuizado que dormia, literalmente, todo o tempo: depois do almoço até à noite e desde a noite até ao
almoço. Pois esta sociedade tornou-se ainda mais numerosa quando o alojamento do brigadeirogeneral
foi transferido para aqui. Os proprietários das terras circunvizinhas, de cuja existência
ninguém fazia a mínima ideia até então, começaram a frequentar a cidadezinha distrital para
visitarem os senhores oficiais e, até, para jogarem à banca, jogo esse com as regras já bastante
obscurecidas nas suas cabeças atulhadas de sementeiras, recados da esposa e caça à lebre. Tenho
muita pena de não me poder lembrar da ocasião em que o brigadeiro-general deu um grande
almoço; os preparativos do ágape eram gigantescos: na cozinha do general, o barulho das facas
ouvia-se até às portas da cidade. Para o banquete, todo o mercado se esvaziou completamente de
víveres, ao ponto de o juiz e mais a viúva do diácono se verem obrigados a comer apenas panquecas
de fagópiro e kissel2 de fécula de batata. O quintalzinho da casa do general estava atafulhado de
charretes e caleches. A sociedade convidada era exclusivamente masculina: oficiais do exército e
alguns proprietários rurais da vizinhança. De entre estes últimos, o mais notável era Pifagor
Pifagórovitch Tchertokútski, um dos principais aristocratas do distrito de B., o homem que maior
alarido armava nas eleições e que lá vinha agora na sua carruagem janota. Servira outrora num
regimento de cavalaria, tendo sido um dos seus mais importantes e destacados oficiais. Pelos
menos, era visto em muitos bailes e serões nas localidades por onde passava o seu regimento; basta
perguntá-lo, aliás, às meninas de Tambov e Simbirsk. Seria muito possível ter deixado também uma
vantajosa fama noutras províncias se não tivesse passado à reserva por alturas daquilo a que se
costuma chamar «uma história desagradável»: ou ele deu um sopapo a alguém, ou alguém lhe deu
um sopapo, não consigo lembrar-me, mas o certo foi que lhe sugeriram a passagem à reserva. De
resto, ele não perdeu com isso a dignidade, de modo algum: usava casaca de cinta alta à maneira da
farda militar, esporas nas botas e bigode sob o nariz, não fossem os fidalgos pensar que ele servira
2 Prato gelatinoso (N. do T.)
na infantaria, a que costumava chamar com desprezo peonagem ou, então, peoagem. Frequentava
todas as concorridas feiras a que a Rússia Interior – formada de mãezinhas, criancinhas, filhinhas e
senhores da terra gordos – acorria para se divertir nas suas britchkas, traquitanas, charretes e coches
de modelos tais que nem em sonhos nos aparecem. Tchertokútski sabia pelo faro onde um
regimento de cavalaria estava aboletado e logo se apressava a visitar os senhores oficiais. Apeava-se
de um salto, com muita destreza, da sua caleche levezinha, ou da charrete, e travava conhecimento
num instante. Nas últimas eleições dera à fidalguia um excelente almoço no qual anunciou que, se
fosse eleito decano da nobreza, poria os fidalgos a viver à grande. Em geral, armava-se em senhor,
como se diz na província, casara-se com uma mulher bastante bonita, recebera duzentas almas
camponesas de dote e vários milhares em dinheiro. O dinheiro foi aplicado imediatamente na
compra de seis cavalos realmente soberbos, de fechaduras douradas para as portas, de um
macaquinho domesticado, e no recrutamento de um mordomo francês. Ora, as duzentas almas de
dote, juntamente com outras duzentas que já eram dele, foram empenhadas no montepio para umas
transacções comerciais quaisquer. Em resumo, era um senhor da terra como devia ser... Um senhor
de mérito. No almoço do general compareceram, além deste senhor, mais alguns proprietários
rurais, mas não interessa falar deles. Os outros convidados eram todos oficiais médios do dito
regimento e ainda dois oficiais superiores: um coronel e um major bastante gordo. O próprio
general era robusto e corpulento e, na opinião dos senhores oficiais, nada mau como chefe, aliás.
Falava numa voz de baixo muito espessa e imponente. O almoço era extraordinário: três variedades
de esturjões, abetardas, espargos, codornizes, perdizes e cogumelos provavam que o cozinheiro
desde a véspera não ingerira uma gota de aguardente, e quatro soldados munidos de facas – os
ajudantes – haviam trabalhado toda a noite nos fricassés e nas geleias. Um sem-fim de garrafas – de
pescoço comprido as de Lafitte, de gargalinho curto as de Madeira –, um maravilhoso dia estival, as
janelas escancaradas, os pratos com gelo na mesa, o botão de cima desabotoado dos senhores
oficiais, o peitilho amarrotado dos portadores de casaca de grande capacidade, as conversas
cruzadas regadas a champanhe, em que soava mais alto a voz do general – tudo estava em perfeita
sintonia. Depois do almoço todos se levantaram com aquele peso agradável nos estômagos e,
acendendo os cachimbos, curtos e compridos, saíram para a soleira da porta com as chávenas de
café nas mãos.
As fardas do general, do coronel e, inclusive, do major estavam totalmente desabotoadas, pelo
que se viam um pouco os nobres suspensórios de seda; os senhores oficiais, porém, guardando o
devido respeito, mantinham o uniforme abotoado, à excepção apenas dos três botões de cima.
– Agora, podemos vê-la – disse o general. – Por favor, meu caro – dirigiu-se ao seu ajudante-decampo,
um jovem bastante lesto e de aparência agradável –, manda trazer a minha égua baia!
Agora, vão ver. – O general tirou uma fumaça, soltou uma baforada. – Não está cuidada como
devia: maldita cidade, não há uma cavalariça razoável. A égua (pff, pff) é bem boa!
– Então, há quanto tempo (pff, pff) Vossa Excelência tem esta égua? – perguntou Tchertokútski.
– Pff, pff, pff ... Ora bem, pff, não há muito. Há dois anos apenas que a comprei na coudelaria!
– Então, e Vossa Excelência comprou-a já adestrada ou adestrou-a em casa?
– Pff, pff, pff, ff,ff, pf .. f ... f ... pff, em casa. – Dizendo isto, o general desapareceu por entre o
fumo.
Entretanto, saiu um soldado da cavalariça, ouviu-se o bater de cascos e, por fim, apareceu outro,
de bata branca e enorme bigode negro, trazendo pela arreata uma égua que estremecia e se
assustava, e que, levantando de supetão a cabeça, por pouco não levantou também o soldado que se
agachara e mais ao bigode. «Então, então, Agrafena Ivánovna!» - dizia ele, levando-a até junto da
ombreira.
A égua chamava-se, por conseguinte, Agrafena Ivánovna; era forte e selvagem como uma
beldade meridional, bateu com os cascos nos degraus de madeira e parou bruscamente.
O general tirou o cachimbo da boca e, com ar de grande satisfação, pôs-se a olhar para Agrafena
Ivánovna. O próprio coronel desceu as escadas e abraçou Agrafena Ivánovna pelo focinho. O
próprio major deu palmadinhas na perna de Agrafena Ivánovna; os outros estalaram as línguas.
Tchertokútski desceu a escada e pôs-se atrás da égua. O soldado, esticando-se e segurando a
rédea, olhava os convidados nos olhos, como se quisesse saltar para dentro deles.
– Muito, muito boa! – disse Tchertokútski. – Uma estampa! Mas permita que lhe pergunte,
Excelência, como é o passo dela?
– O passo é bom; só que ... sei lá, cos diabos ... o parvalhão do auxiliar-médico deu-lhe uns
comprimidos quaisquer, e há dois dias que ela não pára de espirrar.
– Muito, muitíssimo catita. Mas terá Vossa Excelência carruagem apropriada para ela?
– Carruagem? ... Mas é uma besta de sela.
– Eu sei que é; fiz esta pergunta a Vossa Excelência apenas para saber se tem uma carruagem
apropriada para outros cavalos.
– Bem, na verdade não tenho carruagens suficientes: digo-lhe com toda a franqueza: há muito
que gostava de ter uma caleche moderna. Já escrevi a este propósito ao meu irmão que está neste
momento em Petersburgo, mas não sei se ele a manda ou não.
– Parece-me, Excelência – observou o coronel–, que não há melhor caleche do que a vienense.
– Tem toda a razão, pff, pff, pff.
– Eu, Excelência, tenho uma caleche extraordinária, de de verdadeiro fabrico vienense – disse
Tchertokútski.
– Qual? Essa em que veio?
– Oh, não! Esta é a do dia a dia, para eu andar por aí, mas a outra ... é espantosa, levezinha como
uma pena; se Vossa Excelência se sentar nela tem a sensação, desculpe a expressão, de estar a ser
embalado no berço pela ama!
– Ou seja, é confortável?
– Confortável? Muito: almofadas, molas, tudo como num quadro.
– Isso é bom.
– E quanta coisa lá cabe! Nunca vi nada parecido, Excelência. Quando estava no activo, metia
dez garrafas de rum e vinte libras de tabaco na bagageira; e ainda seis fardas, roupa interior e dois
cachimbos turcos, Excelência, tão compridos, desculpe a expressão, como uma ténia; ora bem, e nas
bolsas pode-se meter um boi.
– Isso é bom.
– Custou quatro mil rublos, Excelência.
– Pelo preço, tem de ser boa. Foi você próprio quem a comprou?
- Não, Excelência, veio parar-me às mãos por acaso. Quem a comprou foi um amigo meu, um
homem de qualidades raras, meu companheiro de infância. Vossa Excelência e ele, se se
conhecessem, encontrariam muita coisa em comum. Éramos tão amigos que o que era meu também
era dele, e vice-versa. Ganhei-lha ao jogo. Não quererá Vossa Excelência dar-me a honra de almoçar
amanhã em minha casa? Então verá a caleche.
– Não sei o que dizer ... Ir sozinho é, de algum modo ... A não ser que os senhores oficiais
também vão ... Não se importa? – Os senhores oficiais também, com certeza, peço-lhes
encarecidamente. Meus senhores, será para mim uma grande honra recebê-los em minha casa!
O coronel, o major e os outros oficiais agradeceram com vénias corteses.
– A minha opinião, Excelência, é que, se decidirmos comprar, tem de ser uma coisa boa, porque
uma coisa fraca não vale a pena. Eu, por exemplo ... quando amanhã me derem a honra de me
visitarem, vou mostrar-lhes algumas inovações na minha propriedade.
O general olhou para ele e soltou o fumo da boca.
Tchertokútski estava contentíssimo por ter convidado aqueles senhores oficiais; já se via, mental
e antecipadamente, a mandar preparar patés e molhos e lançava olhares alegres para os senhores
oficiais; estes, por seu lado, como que redobraram de simpatia para com ele, o que era visível nas
suas expressões e naqueles pequenos movimentos de corpo – uma espécie de vénias. Tchertokútski,
agora mais à vontade, chegava-se à frente, desembaraçado, a sua voz soava com desenvoltura: uma
voz donde emanava prazer.
– Uma vez lá, Vossa Excelência conhecerá a dona da casa.
– Com muito prazer – disse o general, alisando o bigode.
Depois disto, Tchertokútski quis ir imediatamente para casa, para, com antecedência, preparar
tudo para o dia seguinte. Já pegara no chapéu mas, por mais estranho que pareça, não foi. decidiu
ficar mais um pouco. Entretanto, já tinham sido postas mesas de jogo na sala. A sociedade não
tardou em dividir-se, para o whist, em mesas de quatro pessoas que se sentaram em todos os cantos
da sala.
Acenderam-se as velas. Tchertokútski demorou a decidir se sentaria ou não a jogar, mas como os
senhores oficiais insistiam em convidá-lo, pareceu-lhe que seria contra as regras de convívio
recusar-se. Sentou-se. Despercebidamente, surgiu diante dele um copo de ponche que, distraído,
emborcou num instante. Depois de jogar dois róberes, Tchertokútski voltou a achar à mão mais um
copo de ponche que também emborcou sem se dar conta, não antes ter dito: «São horas de ir para
casa, meus senhores, juro que são horas.» No entanto, ficou para mais um jogo. Entretanto, nos
vários cantos da sala, as conversas tomavam um rumo muito especial. Os jogadores de whist
estavam bastante taciturnos, mas os outros, sentados nos divãs, conversavam. O capitão, num canto,
metendo debaixo dos rins uma almofada e o cachimbo na boca, contava, de forma bastante livre e
fluente, as suas aventuras amorosas, agarrando plenamente a atenção do círculo que o rodeava. Um
proprietário rural extremamente gordo, de braços curtos lembrando um pouco duas batatas
crescidas, ouvia com um ar melífluo e apenas de vez em quando tentava meter a mão curta por trás
das costas para de lá extrair a tabaqueira. Noutro canto armou-se uma discussão bastante escaldante
sobre o treino do esquadrão, e Tchertokútski, que nesta altura já por duas vezes dera o valete em vez
da dama, intrometia-se na conversa e gritava do seu lugar: «Em que ano?», ou «De que regimento?»
sem reparar que as perguntas eram completamente despropositadas. Por fim, uns minutos antes do
jantar, acabou cerce o whist, mas foi como se ainda continuasse em todas as bocas, como se todas as
cabeças ainda estivessem cheias de whist. Tchertokútski lembrava-se muito bem de que ganhara
muito, mas não pegou em nada e, levantando-se, ficou muito tempo na pose de quem não tem lenço
no bolso. Entretanto, serviram o jantar. É óbvio que não havia falta de vinhos e que Tchertokútski,
quase involuntariamente, tinha de encher de vez em quando o seu copo porque havia garrafas à sua
direita e à sua esquerda.
A conversa que se encetou à mesa era longuíssima mas conduzida de forma estranha. Um
proprietário rural que servira no exército durante a campanha de 1812 descrevia uma batalha que
nunca aconteceu, e depois, inexplicavelmente, tirou a tampa de um jarro e espetou-a no bolo.
Em suma, quando começaram a despedir-se já eram três da manhã, e os cocheiros foram obrigados
a carregar com algumas personalidades como se fossem trouxas de compras; Tchertokútski, apesar
de todo o seu aristocracismo. sentado na caleche fazia reverências tão profundas, de tal amplidão
que chegou a casa com duas pegamassas presas ao bigode.
Em casa, toda a gente dormia. O cocheiro teve dificuldade em encontrar o criado grave. Este
ajudou então o senhor a atravessar a sala de estar e entregou-o à criada de quarto, com a qual
Tchertokútski conseguiu chegar ao quarto de dormir onde logo tombou ao lado da sua jovem e bela
mulher de camisa de noite branca de neve e deitada numa pose encantadora. O abalo provocado
pela queda do esposo na cama acordou-a. Esticou-se, ergueu as pálpebras e por três vezes
pestanejou, depois abriu os olhos com sorriso meio zangado; vendo porém que ele não estava
propenso, definitivamente, a dar-lhe qualquer carinho, virou-se com desgosto para o outro lado e,
pousando a bochecha fresca sobre a mão, adormeceu de seguida.
À hora a que nas aldeias não se chama «cedo», a jovem dona de casa acordou ao lado do marido
que ressonava. Ao lembrar de que ele voltara já depois das três da madrugada, teve pena o acordar
e, calçando as pantufas encomendadas pelo marido em Petersburgo e pondo o penteador branco que
lhe caía no corpo como água em cascata, entrou no seu boudoir, lavou a cara água tão fresca como
ela própria e aproximou-se da toilette. Olhando-se ao espelho urna e outra vez, achou que não
estava nada mal.
Esta circunstância, talvez insignificante, obrigou-a a ficar diante do espelho duas horas a mais.
Por fim vestiu-se de maneira muito querida e saiu para o ar fresco do jardim. O tempo, nem de
propósito, estava excelente, coisa de que só pode gabar-se um dia estival do Sul. O sol aproximavase
do meio-dia e embora queimasse, com toda a força dos seus raios, podia-se passear à fresca nas
alamedas, sob as copas das árvores. As flores, aquecidas pelo sol, triplicavam de fragrância. A bela
dona de casa esqueceu-se por completo de que já era meio-dia e o marido ainda estava a dormir. Já
lhe chegava aos ouvidos o ressonar pós-almoço de dois cocheiros e um boleeiro, que dormiam na
cavalariça por trás do jardim, e ela continuava sentada na espessa alameda, donde se abria a vista
para a estrada; ela olhava distraidamente para a sua monotonia desértica quando, de repente, umas
nuvens de poeira ao longe lhe chamaram a atenção. Fixando melhor os olhos, viu as carruagens que
chegavam. À frente rodava uma pequena caleça ligeira transportando um general com dragonas
grossas que brilhavam ao sol, e um coronel a seu lado. Seguia-a outra, de quatro lugares, com um
major, o ajudante-de-campo do general e mais dois oficiais; atrás vinha a famosa charrete do
regimento, desta vez na posse do major gordo; atrás da charrete vinha um bon-voyage de quatro
lugares ocupados por quatro oficiais e mais um quinto ao colo ... Atrás do bon-voyage galopavam
três oficiais em excelentes baios com manchas escuras.
«Será para nós? - pensou a senhora. – Ah, meu Deus, eles realmente viraram para a ponte!»
Soltou um grito, bateu com as mãos nas ancas e, metendo a direito pelos canteiros e pisando as
flores, correu ao quarto do marido. Este dormia como uma pedra.
– Levanta-te, levanta-te! Depressa! – gritava ela puxando-lhe a mão.
– Hã? – disse Tchertokútski estremunhado, mas sem abrir ainda os olhos.
– Levanta-te, chuchu! Ouviste? Visitas!
– Visitas? Que visitas? – Dizendo isto, emitiu um pequeno mugido como um vitelo procurando
as tetas da mãe. – Humm – resmungava ele – dá-me o teu pescocinho, bichinha. Para dar um
beijinho.
– Alminha, levanta-te depressa, por amor de Deus. É o general com os oficiais! Ah, meu Deus,
tens pegamassas no bigode.
– O general? Ah, então ele já aí vem? Mas por que raio ninguém me acordou? Então, e o
almoço? Está tudo a andar?
– Qual almoço?
– O quê, não o mandei preparar?
– Tu? Voltaste às quatro da manhã e, por mais perguntas que eu te fizesse, não disseste nada.
Não te acordei, chuchu, que tive pena de ti, não dormiste nada ... – Estas últimas palavras foram
ditas numa voz lânguida e suplicante.
Tchertokútski, agora com os olhos bem arregalados, ficou um minuto estendido, como que
fulminado por um raio. Por fim saltou da cama, só em camisa, esquecendo-se de que era indecente.
– Arre, que burro eu sou! – disse ele dando uma palmada testa. – Convidei-os para almoçar. O
que é que eu faço? Ainda tão longe?
– Não sei... devem estar a chegar.
– Alminha... esconde-te! ... Eh, alguém! Tu, rapariga! Anda cá, sua parva, por que estás com
medo? Daqui a nada chegam os oficiais. Diz-lhes que o senhor não está em casa, nem vai estar, que
saiu logo de manhã, ouviste? E avisa a criadagem toda, vai, rápido!
Disse isto e apanhou à pressa o roupão, e foi esconder-se na cocheira, supondo que lá estaria em
segurança. Porém, depois de se meter num canto do barracão, percebeu que também ali podia ser
visto. «Será melhor assim ... », passou-lhe pela cabeça e, num instante, baixou a estribeira da
caleche mais próxima, saltou para dentro, fechou as portinholas e o tejadilho, cobriu-se com o
avental, para maior segurança, e ali ficou, quietinho, enroscado e embrulhado no roupão.
Entretanto, as carruagens dos visitantes aproximaram-se da porta.
Saiu o general e sacudiu os ombros, atrás dele o coronel ajeitando o penacho do chapéu. Depois
saltou da charrete o major gordo, com o sabre debaixo do braço. A seguir saltaram do bon-voyage
os tenentes magrinhos e o alferes que viajara ao colo deles, e finalmente apearam-se dos cavalos os
galhardos oficiais.
– O meu amo não está – disse o lacaio saindo à soleira.
– Como é que não está? Mas volta para o almoço, não?
– Não, Excelência. O meu amo saiu por todo o dia. Talvez só volte amanhã para casa, a esta
hora.
– Irra, que coisa! – disse o general. – Como é possível?
– Francamente! – disse o coronel, rindo-se.
– Não, desculpem, como é possível fazer uma coisa destas? – continuou o general com
desagrado. – Chiça ... Diabo ... Se não podia receber, por que convidou?
- Não percebo, Excelência, como se pode fazer uma coisa destas – secundou um jovem oficial.
– Como? – disse o general, que tinha o hábito de utilizar este advérbio interrogativo quando
falava com um oficial subalterno.
– Digo eu, Excelência: como se pode proceder desta maneira:
– É natural ... Bom, não lhe foi possível, ou então, não sei ... Mas, ao menos, que avisasse, ou
não convidasse.
– Então, Excelência, nada a fazer, vamos embora! – disse coronel.
– Obviamente, não há outro remédio. Aliás, podemos ver caleche, mesmo sem ele.
Provavelmente não a levou. Eh, alguém! Tu, vem cá, amigo!
– Diga, meu senhor!
– És cavalariço?
– Sou, Excelência.
– Mostra-nos a caleche nova que o teu amo arranjou há pouco.
– Com certeza, faça o favor de entrar no barracão!
O general e os oficiais foram ao barracão.
– Deixem-me tirá-la um pouco para cá, porque está escuro.
– Chega, chega, está bom!
O general e os oficiais andaram à volta da caleche e examinaram minuciosamente as rodas e as
molas.
– Ora, nada de especial – disse o general – , a caleche é absolutamente vulgar.
– Sem graça nenhuma – disse o coronel –, não há nada especial nela.
– Não me parece que valha quatro mil rublos, Excelência – disse um dos jovens oficiais.
– Como?
– Estou a dizer, Excelência, que na minha opinião ela não vale quatro mil.
– Quatro mil?! Nem dois mil. Não tem absolutamente nada de especial. A não ser que haja
qualquer coisa lá dentro ... Por favor, amigo, abre o tejadilho ...
E apareceu diante dos olhos dos oficiais Tchertokútski, de roupão e enroscado de forma
invulgar.
– Ah-ah, afinal está cá! ... – disse o espantado general.
Dito isto, o general voltou a cobrir Tchertokútski com o avental, fechou as portinholas e foi-se
embora juntamente com os senhores oficiais.


Extraído do Livro “Contos de São Petersburgo”, colecção Biblioteca Editores Independentes
Leia mais contos na secção Biblioteca de Esquerda.net

domingo, 21 de junho de 2009

o cancarro do MEC


Amêijoa


Atum


Azevia

anequim


badejo


barroso

batuque pequeno


bodião


besugo

búzio


cabeçudos


bogas

cancarro


canilhas


cação

cardeal


carapau


cantaril

cavala


carpa


carapau negrão

chicharro


chaputa


cavaco

chocolate


chicharro negrão


cherne

corvina


choupa


choco

dourada


corvinato


espadarte

faneca


enguia


garoupa

lagostins


ferreiras


imperador

linguado


gamba


lagosta

marmota


goraz


lavagante

navalheira


Juliana


lula

pampo


lampreia


mero

patarroxa


maruca


ovas de pescada

peixe agulha


moreia


pargo russo

peixe galo


pargo


peixão

percebes


lagostim


peixe espada preto

polvo


peixe espada branco


petinga

pregado


peixe porco


cherne

raia


pescada


robalo

rascassos


pombos


ruivo

rodovalho


principe


sapateira

safio


raia parda


tainha

salmonetes


pelim


tintureira

sargo


salema


solha

tamboril


santola


savel

abrotea


sardinha



Amêijoa


Atum


Azevia

anequim


badejo


barroso

batuque pequeno


bodião


besugo

búzio


cabeçudos


bogas

cancarro


canilhas


cação

cardeal


carapau


cantaril

cavala


carpa


carapau negrão

chicharro


chaputa


cavaco

chocolate


chicharro negrão


cherne

corvina


choupa


choco

dourada


corvinato


espadarte

faneca


enguia


garoupa

lagostins


ferreiras


imperador

sábado, 20 de junho de 2009

Cantigas de amigo


Cantigas de amigo


Amigo, se mi gran ben queredes


Amigo, se mi gran ben queredes,
id'a San Mamed'e veer-m'-edes:
hoje non mi mençades, amigo.

Pois mi aquí ren non podedes dizer,
id'u hajades comigo lezer:
hoje non mi mençades, amigo.

Serei vosqu'en San Mamede do Mar,
na ermida, se mi o Deus aguisar:
hoje non mi mençades, amigo.




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Quando se é novo é para toda a vida


Quando se é novo é para toda a vida
"Espera comigo na loja do cidadão a fitar tudo num espanto de primeira vez, encantado, deve apaixonar-se por lagartixas, bolos de creme, anéis de feira, palhaços, ser uma desgraça no tracejado, como eu. Há muito tempo que não via tanta infância em ninguém."
10:54 Quinta-feira, 18 de Jun de 2009


Não sei a idade dele. Tem o cabelo branco, o bigode branco, rugas em parênteses sucessivos dos lados da boca, um dos olhos morto, sepultado no caixão das pálpebras, as mãos tremem um bocadinho à procura das coisas e dá-me a impressão que as coisas o ajudam aproximando-se, misericordiosas

- Agora podes

da dificuldade dos dedos. Quando estão viradas para esse lado as coisas são simpáticas, quando não estão escapam-se da gente, rolam, escorregam, caem no soalho, partem-se: é preciso tratá-las com bons modos ou apanhá-las distraídas, de costas para a gente, saltar-lhes para cima

- Já cá cantas

e as coisas, que remédio, aceitam. Então convém segurá-las pelo pescoço, de preferência com os dentes, e esmagar-lhes as vértebras num movimento rápido, como os leopardos fazem aos antílopes. Esmagar-lhes as vértebras talvez não seja boa ideia porque as coisas amolecem e deixam de servir. O melhor é seduzi-las devagarinho, sorrir-lhes, soprar piropos, adulá-las, pedir

- Anda cá copo, anda cá garfo

e pegar-lhes numa firmeza doce, a murmurar ternuras. Ao poisá-las, logo que vier a pergunta aflita

- Deixas-me assim?

responder

- Eu já volto

ou

- Depois telefono

e se as coisas estranharem

- Nem sequer tens o meu telemóvel

fingir que se toma nota no nosso, visto que vamos precisar delas de novo e convém manter uma relação de pré-namoro implícita. Quantas jarras não se quebram por falta de ternura, quantas tesouras desaparecem das gavetas, desiludidas connosco, quantas lâmpadas não se fundem na sequência de falta de carinho? E quando as casas deixam de gostar de nós e nos começam a enxotar para a rua? Quando as camisas perdem um botão de punho de propósito, sentindo-se abandonadas? E as nódoas que arranjam para se vingar da gente? A empregada lavou-as, engomou-as e elas

pumba

uma nódoa ressentida. Quem quiser ter paz não pode provocar as coisas, entristecê-las, tirar-lhes a esperança de um futuro em comum, senão a vida torna-se impossível: um pneu em baixo, a chave que a fechadura recusa, a caneta que perde a tinta a meio de uma frase, os iogurtes que levaram sumiço do frigorífico e ainda ontem lá estavam. Aproveitaram o outono para emigrar, como os patos bravos e as turistas suecas, e corre-se o risco de, ao entrar em casa, quase nem um móvel e um alicate, na poltrona, a magoar-nos a nádega. Apanhamos o alicate, exigimos explicações

- Como é que vieste aqui parar?

e explicação alguma, uma mudez feroz, ultrajada. Voltando ao início não sei a idade dele. Tem o cabelo branco

(não se esqueçam das coisas)

o bigode branco

(tive de mudar de esferográfica, aí têm a prova do que disse)

rugas em parênteses sucessivos dos lados da boca, um dos olhos morto, sepultado no caixão das pálpebras, as mãos tremem um bocadinho, ao expirar o bigode horizontal, ao inspirar mete-se-lhe na boca, a perna esquerda, mais complicada que a direita, de joelho acima ou abaixo do outro, arrasta-se num ímpeto tracejado

(o professor do liceu para mim

- A tracejado, burro, não a cheio

diabético e cruel, cheirando a rosas podres, e eu com medo que a tinta da china do tira-linhas pingasse

- Vê lá se pingas isso tudo, palerma)

o fato conheceu melhores dias, o nó da gravata desaparece num dos lados do colarinho

(oxalá esta esferográfica aguente, não fui amável com ela)

e, no entanto, não sei quê nele com dezoito anos, o sorriso, um meneio, uma aura de inocência, um apetite de caramelos e comboios de lata que não sou capaz de definir e lhe flutua em torno. Espera comigo na loja do cidadão a fitar tudo num espanto de primeira vez, encantado, deve apaixonar-se por lagartixas, bolos de creme, anéis de feira, palhaços, ser uma desgraça no tracejado, como eu. Há muito tempo que não via tanta infância em ninguém. Tira um relógio da algibeira

(um relógio de brinquedo, aposto, de ponteiros impressos no mostrador)

verifica as suas dez horas e dez horas perpétuas, volta a guardá-lo, satisfeito. Quantas vezes não desenhei relógios no pulso, com um pincel? Enquanto ele guarda o relógio aproveito para espreitar o meu e, a gouache encarnado, dez horas também, está certo. O único problema dos relógios desenhados é que se desbotam num instante, é preciso reforçar as dez horas dia sim dia não. Disse-lhe a exibir os meu ponteiros

- Nenhum de nós se atrasa

e ele, do fundo do bigode, a piscar-me o olhinho que sobra

- Sempre fomos pontuais não é?

isto afirmado não com a boca, com o único dente

(o que aconteceu às esferográficas que pifam umas atrás das outras?)

por sinal escuro, por sinal grande, se tivesse à mão uma lagartixa dava-lha, um comboio de lata, caramelos, encontram-se compinchas por todo o lado, quando o seu relógio de brinquedo e o meu relógio feito a pincel marcarem dez e meia

(dez e meia não, as aulas acabam ao meio-dia e meia)

fazemos uma corrida a ver quem chega mais depressa ao coreto do largo, perto do homem que vende castanhas no inverno e gelados no verão, podemos fumar um cigarro às escondidas, podemos tentar apanhar um pombo

(nunca consegui apanhar nenhum)

podemos comparar a profissão dos nossos pais e perceber qual é o mais importante, podemos fazer braço de ferro

(como sou canhoto com a esquerda ganho sempre)

podemos esquecer-nos um do outro que não faz mal porque arranjámos um amigo, vou-me à caixa do algodão da minha mãe, tiro um bocado, enrolo-o, aplico-o contra o intervalo entre o nariz e a boca e fico com um bigode muito maior que o dele.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Virgem


Azeite Virgem

O azeite virgem extra "Herdade do Esporão" 1º é um sumo natural de azeitonas previamente seleccionadas e colhidas no estado de maturação intermédio. Com uma acidez média, possui um aroma e um paladar fresco e frutado pouco inteso que o torna imprescindível na composição da saudável dieta mediterrânica. Possui inúmeras qualidades, entre elas: regula o colesterol, facilita as funções gástricas, beneficia o crescimento dos ossos.



Virgem - Acidez inferior a 1º


Serpa


Galega / Cordovil / Verdeal / Blanqueta / Cobrançosa


Verde Amarelado


Frutado verde


Fresco, ligeiramente amargo, algo picante

Avaliação cumprida a contra-gosto e com poucas consequências positivas


Conclusões do relatório do Conselho Científico para a Avaliação de Professores apontam várias deficiências na aplicação do modelo.
A maioria das 30 escolas e professores acompanhados pelo Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) cumpriu a lei no que respeita ao novo modelo de apreciação de desempenho, produzindo instrumentos de registo, planeando a observação de aulas e definindo os objectivos individuais. Mas muitos fizeram-no com "discordância de fundo" e sem que o processo contribuísse para a promoção de "efectivas e melhores aprendizagens dos alunos".

"Tal desiderato não está ainda visível e deverá constituir a meta estruturante a prosseguir num processo desta natureza", lê-se no relatório elaborado pelo CCAP dedicado à monitorização da avaliação de desempenho dos professores.

Das visitas às escolas integradas na rede do CCAP, concluiu-se que "os resultados que vão para além do cumprimento do normativo são pouco visíveis, com excepção de algumas referências minoritárias ao aumento do trabalho colaborativo que as próprias dificuldades geraram em alguns contextos de escola".

Estas e outras conclusões já foram entregues à ministra da Educação que, em despacho enviado ao conselho, mostra-se disponível para manter o "simplex" da avaliação por mais dois anos.

De facto, são várias as dificuldades manifestadas por professores e escolas na aplicação do sistema de avaliação, criado em 2008, e que tem sido sucessivamente simplificado. Mesmo quando o Ministério da Educação (ME) tentou ajudar, algumas vezes os resultados foram os opostos. "As alterações legais introduzidas ao longo do processo, com o intuito de agilizar, simplificar e responder às reivindicações expressas publicamente pelos professores, constituíram afinal, para uma parte significativa dos informantes deste estudo, factores de perturbação", lê-se nas conclusões do documento.

Para os professores representados no CCAP que produziram este relatório a aplicação do modelo de avaliação deparou-se desde logo com um problema inicial. A publicação "tardia" do decreto que estabeleceu as novas regras, em Janeiro de 2008, o que "obrigou à sua aplicação num período demasiado curto para possibilitar a devida organização e apropriação gradual de todo o processo".

A prova, continua o CCAP, foi expressa "por movimentos de recusa, alteração caótica de rotinas, queixas de excesso de trabalho, alegado desconhecimento do 'como fazer' e críticas à formação disponibilizada".

Seguiu-se depois o momento de construir os instrumentos onde iam ser registadas as diferentes componentes de avaliação. O processo era novo e esta etapa acabou por transformar-se "no centro de toda a discussão e esforço, com manifesto prejuízo dos resultados". Entende o CCAP que os "meios instrumentais substituíram os fins e enviesaram o procedimento que se pretendia formativo e transformativo, tal como preconizado na legislação da avaliação do desempenho docente".

Às dificuldades reais, juntou-se todo o ambiente de contestação vivido no sector e a "ampla mediatização" dos movimentos de resistência, que acabaram por gerar "momentos de grande tensão e descontinuidade de alguns processos".Todos estes factores ajudam a explicar por que razão, de acordo com o levantamento do conselho científico, o excesso de ocupação se tenha concentrado em "cerca de 15 por cento dos docentes", mas o clima vivido tenha gerado uma "representação de que diria respeito à sua totalidade".

Nas conclusões do documento aponta-se como o "factor mais forte da resistência e do descontentamento manifestados" a aproximação da carreira docente às características das outras profissões da Administração Pública. Ou seja, a introdução da diferenciação, de hierarquias funcionais ou de quotas, "que não faziam parte da cultura e expectativas das escolas e professores".

quarta-feira, 17 de junho de 2009

BP







Baptista-Bastos: No DN HojeComentar


Entre a certeza e a contingência

por Baptista-BastosHojeComentar

Há anos, num semanário que por aí se publica, José Sócrates declarou, crudelíssimo e terrível: "Sou um animal feroz." A frase não permitia a mais exígua nesga de bondade. O homem queria apresentar-se à puridade com o estofo de um lutador indomável e o estilo de quem não hesita no uso do ditirambo. Foi gozado. Os gozadores esqueciam-se, ou ignoravam, que o exercício da política obedece a círculos concêntricos. Cedo, enfiaram a viola no saco. Com idêntica plenitude incensaram-no de rosa e levaram-no em ombros.

A Imprensa precisa sempre de vítimas e de carrascos, de santos com defeito e de heróis evasivos. Uns e outros fazem as primeiras páginas e alvoroçam os leitores. A vida dos jornalistas é uma triste configuração do Sísifo mitológico. A vida dos leitores é uma melancolia privada. Ambos rejubilam com um escândalo, por modesto que seja, ou com uma frase que passeie, desgarrada, por aqui ou por ali. Durante vinte e quatro horas, o bulício anima-os.

Sócrates beneficiou da reservada simpatia de profissionais da Comunicação que viam nele um Jacob a amarinhar pelas escadas, a caminho de um novo céu socialista. Falava desenvolto; enfrentava, empertigado, opositores, adversários e recalcitrantes; vestia caro, bom e bem; parecia não ter medo da força que apregoava. Varreu do léxico palavras e expressões presumivelmente associadas à ideia de compromisso. E também varreu a voz da rua, a angústia da rua, o drama da rua. Foi muito elogiado pelos grandes patrões, homens calculados, infalíveis e devotos.

O Governo dele tem sido este filme barato e negro, desprovido da tirania das emoções, frio, inclemente e rude. Sacudido pela derrota nas "europeias", fechou a cara e, sem impaciência nem tolerância, logo garantiu não "mudar de rumo." Eis o "animal feroz", cuja indiferença pelos outros é mais do que pejorativa. E aqueles que o julgam caído por terra, comentadores de prosa com mau hálito, abjurantes de nascença, já preparados para a viragem - que se acautelem. Para sobreviver às legislativas ele irá cerzir, aqui e ali, os rasgões provocados nesse tecido absurdo e espúrio, a que chamou "socialismo moderno" e, ligeiro e feliz, dirá "alguma coisa de Esquerda", também ela feliz e ligeira.

Deixem correr o tempo. O tempo é mais importante do que aquilo que com ele fazemos. Temos de reconhecer este facto para admitirmos que um homem cercado, como ele foi e tem sido, não cede com facilidade. Demais, Sócrates está inebriado de poder, e os que desse poder beneficiam não estão dispostos a dispensá-lo. Les jeux sont faits. Sócrates é, para eles, uma certeza; os eventuais outros, uma dúvida e uma contingência.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Today is Bloom's Day.

Today is Bloom's Day.
The anniversary of the day on which all the action and inaction of James Joyce's great novel Ulysses takes place..

Ulysses chronicles the passage of Leopold Bloom through Dublin during an ordinary day, June 16, 1904. The title parallels and alludes to Odysseus (Latinised into Ulysses), the hero of Homer's Odyssey (e.g., the correspondences between Leopold Bloom and Odysseus, Molly Bloom and Penelope, and Stephen Dedalus and Telemachus). Joyce fans worldwide now celebrate June 16 as Bloomsday.

seguimento da prática da "morabeza"


Terreno em Cabo Verde oferecido a Isaltino Morais “a título pessoal” O antigo primeiro-ministro de Cabo Verde, Carlos Veiga, disse hoje no Tribunal de Sintra que o terreno oferecido a Isaltino Morais naquele país foi um reconhecimento "a título pessoal" do empenho do autarca na geminação de Oeiras com São Vicente.
"O terreno foi uma doação por tudo o que Isaltino Morais (presidente da Câmara de Oeiras) fez por São Vicente. Não me surpreendeu. Foi doado na qualidade pessoal por tudo o que ele fez, pelo empenhamento dele", disse o primeiro-ministro de Cabo Verde entre 1991 e 2000.

Carlos Veiga adiantou ter tido conhecimento desta doação através de antigos vereadores da câmara de São Vicente, da sua cor política, justificando que o terreno foi doado a Isaltino Morais "a título pessoal" e não enquanto presidente da Câmara de Oeiras.

O ex-primeiro-ministro cabo-verdiano negou ainda que Isaltino Morais tenha pressionado o antigo presidente da câmara municipal de São Vicente Onésimo da Silveira para que este lhe doasse o terreno na praia do Calhau como contrapartida pelo acordo de geminação, através do qual este município de Cabo Verde conseguiu vários equipamentos.

"Se a doação fosse dada à Câmara de Oeiras não traduziria a relação de morabeza (amizade e amor) que os cabo-verdianos sentem por ele. É impossível alguém ter um ascendente sobre o senhor Onésimo da Silveira, que foi meu adversário político", disse Carlos Veiga perante o colectivo de juízes.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

é assim?

Prémio

"O selo do prémio Lemniscata foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores."

Recebi o prémio das mãos do editor Ramiro Marques, do blogue ProfAvaliação, a quem agradeço a paciência de ainda me ler ao fim de todo este tempo que já vai longo.
Cabe-me repassar este selo a 7 blogues considerados merecedores de o receber, devendo eles proceder de igual modo.
O significado de LEMNISCATA: “curva geométrica com a forma semelhante à de um 8; lugar geométrico dos pontos tais que o produto das distâncias a dois pontos fixos é constante.”
Lemniscato: ornado de fitas do grego Lemniskos, do latim, Lemniscu: fita que pendia das coroas de louro destinadas aos vencedores(In Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora).
Acrescento que o símbolo do infinito é um 8 deitado, em tudo semelhante a esta fita, que não tem interior nem exterior, tal como no anel de Möbius, que se percorre infinitamente.
Texto da editora de "Pérola da cultura".

E agora nomeio:

http://antero.wordpress.com/ porque continua a fazer-me rir.

http://wwwmeditacaonapastelaria.blogspot.com/ porque é uma lufada de ar fresco irreverente.

http://olhaiosliriosdacampos.blogspot.com/ porque é ainda um bebé... mas que luta de carago!

http://clapclapcalppp.blogspot.com/ porque é imprevisível.

http://quenpuxoessepapelnaporta.blogspot.com/ porque me põe com a cabeça no Norte de África e a ler Galego.

http://revisitaraeducacao.blogspot.com/ pela sobriedade, elegância e sorriso com que nos recebe.

http://tempodeteia.blogspot.com/ porque é um blogue excepcional.
Publicada por Anabela Magalhães em 0:07 14 comentários Hiperligações para esta mensagem
Etiquetas: Prémios

ESTA É PRO MEU AMIGO HELDER -FUGIDIO...

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQHSNtXaaVriD4a5pVu8PnjBEq34mYNizPlZyUpIfUQwHUTECrQDOXC1RMxyzBNZuwipBs5hPNEwODr-ZmASlczEX4EmD0UVcmnKtLKgdAwE3efxsGtrV_pElNxIi6R7InOKsYOE0BJ-Z8/s1600-h/Pr%25C3%25A9mio+Lemniscata.jpg

aparelhar...

quem se lembra que ponha o coiso no ar...

pq era dedicado o à causa publica, merece o meu respeito

domingo, 14 de junho de 2009

CHINESES EXPULSOS DA MADEIRA!


Um empresário chinês foi detido esta semana no Porto Santo pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), três meses depois de ter sido visado por um abaixo-assinado subscrito por empresários da ilha.

A operação do SEF culminou em Tribunal na passada quarta-feira com a ordem de expulsão do emigrante e teve como primeira consequência o encerramento da loja de pronto-a-vestir que tanto deu que falar na ilha.

Três meses antes, quando o comerciante se preparava para abrir o negócio, 90% dos empresários porto-santenses do ramo de pronto-a-vestir e acessórios puseram a circular um abaixo-assinado contra a abertura de mais uma loja chinesa.

"Uma invasão"que "põe em risco os estabelecimentos existentes e os postos de trabalho", dizia o documento entregue na autarquia porto-santense. O abaixo-assinado chegou também à Associação Comercial e Industrial do Porto Santo (ACIPS) que, de forma célere, tratou de encaminhar a reivindicação do tecido empresarial do sector para o SEF, para a Inspecção das Actividades Económicas e para a Direcção Regional dos Assuntos Fiscais.

As diligências deram frutos. Não no primeiro mês, nem no segundo, mas no terceiro. O SEF deteve o comerciante chinês por permanência ilegal no país, levou-o a Tribunal que decretou a sua expulsão.
O SOS Racismo estranha esta actuação, acusando o SEF de ceder a pressões populistas.

"Em tempos de crise é usual o SEF utilizar rasteiras e manobras para desmotivar os emigrantes que tenham estabelecimentos em Portugal", acusa Mamadu do SOS Racismo . A se confirmar este tipo de actuação no Porto Santo, Mamadu diz que o Ministério da Administração Interna tem o dever de pronunciar-se sobre o que considera ser uma "chantagem demagógica".

O SOS Racismo também não compreende a postura do Tribunal. Independentemente do tipo de visto (permanência ou de residência), o emigrante em situação ilegal teria pelo menos 10 dias para regularizar a situação a contar da data em que foi detectada a situação pelo SEF.

"Mesmo com o visto caducado o próprio comerciante pode dirigir-se ao SEF para pedir a prorrogação de visto e pagar uma coima por permanência ilegal. No caso de ter visto de residência ou de permanência tem um período não inferior a 10 dias para esclarecer e/ou justificar a situação", explicou o dirigente da organização.

Mas àquilo que Mamadu denomina de "manifestação vergonhosa de racismo", o presidente da ACIPS chama de "concorrência desleal". "Essa gente tem que estar a operar no mercado em igualdade de circunstâncias, se estão no Porto Santo sem produtos de qualidade, sem guias de remessa, não se sabe se têm contabilidade, podem estar a fazer dumping", diz António Castro, salientando o facto de os investidores estrangeiros estarem isentos do pagamento de impostos durante os primeiros cinco anos de actividade.

Já o SOS Racismo, insiste, que o preconceito é fruto da ignorância.

King for a Day


mais 999 peças...

to do;done; done

RM


Robert Morris
"A Method For Sorting Cows"

published in Art and Literature 11 (Winter 1967)


It is essential to have a long corridor or alley with a large room or pen off to one side and approximately halfway between the ends of the corridor. naturally the more cows being sorted the longer the corridor and the larger the pen. Two men are required to sort cows in the method presented here -- it can be done by one man but the effort required -- the running, the stumbling, the falling, the sweating, the panic of the animals -- all of these things make it impractical. Essentially, the 2-man method is as follows. The cows are driven into the corridor past the gate of the room or pen. The gate to the room or pen must swing open toward that end of the corridor where all of the cows are crowded. The first man continues with cows past the gate. The second man stops at the gate; he is the gate man. The other man is the head man and makes all the decisions. When sorting cows the gate man's subordinate station should be well understood. He must, for the sake of efficiency and safety, never question the head man's decisions. Now imagine that the head man is down by the cows at the end of the corridor, always keeping himself between the gate man and the cows and keeping the cows crowded up against the far end of the corridor. He can do this easily by making fidgeting gestures. This keeps the necessary level of nervousness up among the cows -- so long as the cows are milling around the head man can tell that he has them in the palm of his hand so to speak. When ready to sort the head man brings the cows to attention by suddenly raising both arms straight out, bending both knees slightly into a kind of ply, dropping the upper part of his body and at the same time jumping with the lower. The head man should practise this motion until it is a smooth movement, yet one which transforms his entire being into a state of absolute alertness, potentiality and authority. A good head man will transfix upwards of 30 cows with such a motion. After the ready-to-sort movement is made and the cows are stock still, nearly hypnotized, the gate man should place his feet well apart and get a good grip on his gate. He should be slightly crouched and concentrating on the head man. Slowly the head man will straighten up and walk toward the cows, keeping just to the right of center, if the gate is on the left. The cows will inch toward the left side as he inches toward the right. A crowding will occur in the left corner until one cow will bolt out and down the left side of the corridor past the head man. But this is exactly what the head man wants. he knows just what to do with this cow: as it bolts he screams "by" or "in". If it is the former the gate man flattens himself against the gate and attempts to become part of the wall; if it is the latter, he immediately springs out into the corridor pulling the gate open at about a 60-degree angle. The cow will dart into the pen and he slams the gate and freezes to immobility and intense concentration on the head man. The inching toward the right on the part of the head man, a cow bolting, the in or by scream, the immobility or action on the part of the gate man -- so it goes until all of the cows except the last have made their exit from the end of the corridor. The last cow is approached by the head man in a more lyrical and less tense way; usually the last cow is also somewhat more relaxed and knows what is expected of him. One might say that the last cow is "shooed" since the expert timing of the head man is now not required. The cow will usually trot rather than bolt down the corridor to its destined in or by place. The head man must then turn to his gate man and say, "That's the one we're looking for."

da minha janela...

2012-Capital Europeia da Cultura



Já se encontra em circulação a última edição do Boletim da Sociedade Martins Sarmento, cujo editorial se reproduz aqui:

Ganhar balanço

No final do século XIX, Guimarães passou por um profundo processo de transformação económica, social e cultural, iniciado nos primeiros anos da década de 1880. O momento de viragem aconteceu no ano de 1884. A partir daí, Guimarães nunca mais voltou a ser a mesma. Iniciava-se um ciclo cujo principal esteio económico foi a industrialização, em especial no sector têxtil. Nos tempos que vão correndo, ninguém ignora que esse ciclo já se encerrou. Hoje, Guimarães estende-se por um território economicamente deprimido, abeirando uma profunda crise social. É tempo de arregaçar as mangas e de encontrar novos caminhos.

A oportunidade, desafiante e mobilizadora, está aí. Dentro de pouco mais de dois anos e meio, Guimarães irá assumir-se, por um ano, como um dos centros culturais da Europa. Cabe-nos aproveitar a oportunidade e projectar os resultados dessa experiência para além de 2012. Os vimaranenses estão colocados perante um desafio com uma dimensão incomparavelmente superior a qualquer outro a que esta cidade foi chamada a dar resposta ao longo da sua história. Bem aproveitado, permitirá dar um novo impulso de vitalidade a Guimarães e à sua região, permitindo-lhe encontrar novos rumos para a ultrapassagem do estiolamento social e económico.

2012 apresenta-se como um desafio cultural único, mas também como uma importante oportunidade económica. Guimarães deve maximizar as condições de que dispõe para apostar num processo de desenvolvimento sustentado, já não ancorado nas indústrias tradicionais, mas impulsionado pelas novas indústrias culturais, ligadas ao património, ao turismo, ao conhecimento, às artes, à criatividade, à ciência. Para tanto, importa que a Capital Europeia da Cultura seja mais do que um imenso rol de eventos efémeros. Dela devem ficar mais do que memórias, sendo vital que concorra para a formação de mais-valias económicas, sociais e culturais. Para tanto contribuirão, certamente, os novos equipamentos que se projectam com 2012 no horizonte, como o CampUrbis, a Plataforma das Artes ou a Casa da Memória. Mas, não menos importante, será a aposta na formação de recursos humanos e na criação de emprego especializado e altamente qualificado no âmbito das indústrias culturais e criativas. Para tanto, será necessário arrojo e espírito de iniciativa, que não se pode fechar nos limites do investimento público.

A viragem de Guimarães para a modernidade, ocorrida em finais do século XIX, brotou da necessidade, mas também da determinação, do empenho e da energia criativa dos vimaranenses, que lançaram sementes que frutificaram por largas décadas. Assim também acontecerá, estamos certos, com o mergulho no futuro que seguirá à Capital Europeia da Cultura.

A Direcção da Sociedade Martins Sarmento

sábado, 13 de junho de 2009


Crido Cenhor,
Quero candidatarme pro logar de ceqretária que vi no jurnal. Eu Teclo muito de pressa con um dedo e fasso contas de sumar.
Axo que sou boa ao tefone em bora seija uma peçoa do povo,
Tou á respondere ao luguar de ceqretária, que li no jurnal
O meu selário tá aberto há discução pra que possa ver o que me quer pagar e o Cenhor aja qu’eu meresso,
Pósso cumessar imediatamente. Agradessida em avanso pela sua resposta.
Cinceramente,
Catia Vanessa Estrela
PS : Proque o meu currico é muinto piqueno, abaicho tem 1 foto minha.

hoje estava assim...

O PRAZER DA LEITURA


Por este andar, inda acabo colecionando calendários da Serralharia almeida!

Vem aí chumbaria!!

A NOTÁ-RIA??
A-NOTA-AÍ?
NOTA-SE ??

Antiga notária devolve documentos desaparecidos
Por Felícia Cabrita
Na sequência da notícia do SOL sobre a descoberta de cópias de documentos da venda de um apartamento à mãe de José Sócrates, uma ex-notária entregou esta manhã ao 21.º Cartório Notarial de Lisboa um conjunto documentos até agora desaparecidos

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Lídia Menezes, de 75 anos, compareceu logo de manhã no 21.º cartório notarial de Lisboa para entregar vários dossiês de documentos desaparecidos do cartório.

Segundo uma fonte contactada pelo SOL, a antiga notária alega que os documentos foram levados por uma ex-funcionária entretanto falecida, que os entregou a Lídia Menezes pouco antes da sua morte.

Na ausência da actual notária, Luísa Vieira, os dossiês foram colocados num caixote selado e só serão analisados na segunda-feira. Para já, desconhece-se o conteúdo dos mesmos.

O desaparecimento de documentos relativos a transações imobiliária realizadas entre a offshore Stoldberg Investments Limited e Maria Adelaide Monteiro, mãe do primeiro-ministro José Sócrates, já tinha sido noticiado pelo SOL e motivou um inquérito instaurado pelo Ministério Público.

Esta sexta-feira, o SOL faz manchete com a descoberta de cópias autenticadas destes documentos no 2.º Cartório Notarial de Lisboa.

Os papéis mostram que a offshore Stoldberg Investments Limited tem como procuradora uma portuguesa que vive com o líder de um grupo imobiliário perseguido em França por ligações à Camorra e que reside agora no Algarve.

SOL